A Fundação Nacional do Índio (Funai) realizou hoje (19) cerimônia em sua sede, em Brasília, para entrega do prêmio Medalha de Honra ao Mérito Indigenista, concedido a autoridades públicas e cidadãos que se destacaram na luta em favor dos povos indígenas brasileiros. O presidente da Funai, Franklinberg Ribeiro de Freitas, entregou a premiação a 14 pessoas, entre elas o líder indígena cacique Raoni Metuktire Caiapó.
“Precisamos nos unir. querem diminuir nossas terras. Se for necessário ir ao Congresso para "brigarmos juntos, temos que ir”, disse Raoni, em seu discurso. O cacique é conhecido internacionalmente pela luta em defesa da preservação da floresta amazônica e dos povos indígenas.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, que também recebeu o prêmio, enviou um assessor para representá-lo.
Demarcação
No dia 6 de dezembro, indígenas das etnias Kaingang, Terena, Kadiwéu, Kinikinau e Guarani Mbya ocuparam a sede da Advocacia-Geral da União (AGU), em Brasília, para protestar contra o Parecer 001/2017, que trata da demarcação de territórios tradicionais. O protesto começou pela manhã e, só à tarde, a ministra Grace Mendonça recebeu o grupo.
No encontro, os representantes indígenas entregaram à ministra Grace um documento questionando o parecer que permite, sem autorização prévia, a instalação de redes de comunicação, estradas e equipamentos públicos na terra Raposa Serra do Sol, localizada em Roraima.
De acordo com a AGU, ao decidir sobre a demarcação dessa área, em 2009, o Supremo definiu que a posse indígena das terras não impede a atuação do Poder Público na área.
Medalha
Receberam a medalha, o antropólogo Artur Nobre Mendes; a bibliotecária Cleide de Albuquerque Moreira; a professora Maria Helena Sousa da Silva Fialho; os indigenistas Edívio Battistelli, Elio de Melo Palmeira, Francisco dos Santos Magalhães, Marcelo Antônio Elihimas, Claudio dos Santos Romero, Marcio José Alvim do Nascimento, Maria Elaine do Nascimento Oselame, Nicodemo Marciano Cardoso; o líder indígena Raoni Metuktire, Rômulo Siqueira de Sá; o comandante do Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas; e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim.