20 milhões de itens foram destruídos no maior acervo da América Latina

As pessoas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) , do curso de museologia, estão fazendo uma ação para preservar a memória institucional

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Após o incêndio que atingiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, mais de 20 milhões de itens foram destruídos. Esse acervo transmitia o progresso econômico e cultural do país. Até o momento, o Meteorito de Bendengó, item do museu desde 1888, foi uma das peças que resistiu ao incêndio. No município, alguns pesquisadores comentaram sobre o ocorrido.

 

"É uma perda inestimável, nós estamos falando da instituição científica mais antiga do país, que é o Museu Nacional, e o acervo foi criado por D. João VI, no período imperial, então tinha 200 anos de história que não se acha nos lugares. Foi o maior acervo de antropologia, arquiologia e história natural da América Lartina. Não tem o que falar. Nada que seja feito agora vai solucionar tudo que foi perdido naquele museu. Era histórico.", comenta a museóloga do Museu Histórico Regional de Passo Fundo, Mariana Boujadi.

 

As pessoas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) , do curso de museologia, estão fazendo uma ação para preservar a memória institucional. Através das redes sociais, eles estão reunindo fotografias de como era a exposição, as memórias afetivas das pessoas na relação com o Museu, e tentar reconstituir a história dele de alguma forma. Como estudioasa do acervo, Mariana diz que em si ele está perdido."Nós perdemos múmias, móveis originais, o fóssil humano mais antigo já encontrado no país e outros milhões de itens que vão moldando a história cultural do mundo todo, e que dão sentido ao desenvolvimento do Brasil também", conta.

 

O Museu Histórico do município conta com um acervo muito significativo para a história da região, tanto fotográfico quanto de documentos de por exemplo, a história da Prefeitura, da Universidade, de instituições e de comércios que não existem. Todos os arquivos são conseguidos através de doações da comunidade. Hoje, o andar superior do prédio histórico está interditado. Há um plano de segurança, e o Museu conta com a ajuda do trabalho da Prefeitura.

 

O presidente do Instituto Histórico de Passo Fundo (IHPF), Fernando Miranda, também comenta o ocorrido. “É uma tragédia, que nos faz pensar a época em que estamos vivendo e o que somos sem memória. Além da perda das coleções nas áreas de antropologia, arqueologia e invertebrados, esperamos que não se confirme o desaparecimento do crâneo mais antigo das américas, encontrado nos anos 70. Refere-se a uma mulher jovem que viveu há uns 12.000 anos, e que estava sendo estudado através de exames de DNA, e que pode revelar muito ainda sobre os primeiros habitantes americanos”.

 

O edifício do Instituto Histórico também foi projetado para receber acervos, e com isso deve ser dado o máximo de atenção à segurança. “Precisamos estar sempre com a manutenção em dia e com os vigilantes. Temos uma enorme responsabilidade com a história, com a cultura da cidade e com o acervo que foi reunido ao longo dos 65 de existência”, disse Miranda.

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