OPINIÃO

Teclando 22/04/2020

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· 2 min de leitura
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Abre e fecha

Em tempos de pandemia o isolamento social é uma necessidade. O que significa estancar atividades, tirar gente das ruas e evitar contatos entre as pessoas. Mas isso não é tão simples assim, pois pode estagnar a economia e machucar muitos bolsos. Sem um protocolo mundial e ausência de uma coordenação nacional afinada, o abre e fecha é uma batata quente nas mãos dos prefeitos e dos governadores. Porém, agora contamos com as informações dos países que passaram por isso antes. Esse histórico demonstra que o afrouxamento de hoje pode prolongar o isolamento. Além disso, diante das peculiaridades regionais, o abre e fecha propiciará diversas ondas de paralisação. Ora, assim os efeitos sobre a economia serão ainda maiores. Então, para mudar esse quadro, deveríamos seguir um procedimento padrão básico e intensificar os testes da doença.

Porém, ao que parece, o maior inimigo é o comportamental. Sim, nós não estamos preparados para situações dessa dimensão. Ou, de fato, somos mal-educados. Começa pela desobediência civil daqueles que burlam os novos impedimentos legais. Outros ainda incentivam o desrespeito e, em expressão de desafio, perambulam por aí apregoando a desordem. Temos ainda o péssimo exemplo dos perdigotos presidenciais que contaminam até os canteiros da Avenida Brasil. Esta semana, um jovem de uns 18 anos, deu um show de desleixo e desrespeito ao próximo. Sem camisa, no melhor estilo malandro suburbano, sentou-se por alguns bons minutos num banco do canteiro central. Depois de esfregar as mãos pelo banco, levantou-se e despejou uma imensa cusparada no chão. Sim, bem no caminho por onde passam milhares de pessoas. Haja máscara para tamanha ignorância.

Da arte ao desprezo

Como as pessoas se comportam diante da pandemia? Temos linhas distintas de conduta que vão da arte ao desprezo. Um lado ataca com a criatividade, espalhando desenhos, poesias e mensagens de apoio. Até fazem músicas alusivas ao recolhimento social, cantam nas janelas e propiciam espetáculos da mais saudável percepção da consciência. Outros, infelizmente, desprezam o conhecimento e conseguem o absurdo de misturar uma pseudo ideologia ao momento inusitado que vivemos. Usam e abusam no péssimo manuseio das redes sociais para, como os próprios dizem, “tocar o terror”. Publicam as mais surpreendentes e inacreditáveis asneiras. Desvirtuam, distorcem e conduzem à má-interpretação. Assim conseguem gerar uma grande confusão e deixam as pessoas sem saber o que é certo ou errado. O que é melhor, arte ou desprezo?

Quando

Quando voltar, eu vou...
Respirar o ar que respirava
Ver o brilho das luzes noturnas
Ouvir e reconhecer as vozes
Conversar ainda mais que antes
Trocar olhares e não disfarçar olhadas
Ouvir besteiras e responder bobagens
Sorrir e gargalhar
Caminhar e deslocar o ar pelas calçadas
Parar para dar um oi ou apenas acenar
Curtir um rock abafado pelos corpos
Pegar um copo e ajustar o colarinho
Brindar, cantar, abraçar e beijar
Quando não sei, mas eu vou voltar

Ratazanas

No centro, observo que as ratazanas estão sumindo. Pelos meus empíricos cálculos, formavam uma rataria de mais de 1.000 indivíduos. Agora praticamente desapareceram. Alguém fez um bom trabalho ou elas também entraram em quarentena?

Da quarentena

Dizem que a primeira pandemia a gente não esquece. Tomara que eu possa lembrar.

Trilha sonora

Viver por Viver, de Claude Lelouch, foi rodado em 1967. A trilha é de Francis Lai: Vivre Pour Vivre
Use o link ou clique

https://youtu.be/StsMtlfLOSM

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