Uma pesquisa do IBOPE Inteligência, realizada a pedido da Avaaz, mostra que 90% dos eleitores brasileiros querem uma lei que regulamente as plataformas de redes sociais e combata as fake news. 76% dos eleitores brasileiros dizem que estão muito preocupados ou um pouco preocupados sobre as notícias falsas e desinformação na internet e redes sociais. Apenas 22% disseram que não estão preocupados. Os mais jovens são os mais preocupados, 60% dos entrevistados entre 16 e 24 anos deram essa resposta.
A confiança na forma das redes sociais tratarem as notícias falsas é baixa. Apenas 20% dos entrevistados disseram confiar e 72% afirmaram não confiar nas redes. A maioria dos entrevistados também não acredita que o governo está fazendo o suficiente para combater as notícias falsas, essa foi a resposta de 68% dos entrevistados. Mais uma vez, os mais jovens foram maioria, 83% deles deram essa resposta.
Os entrevistados também foram questionados quanto a ponto do projeto de lei conhecido como PL das Fake News, que seria votado hoje (02) no Senado Federal. Confira como a maioria se posicionou:
Exigir que as redes sociais rotulem todos os anúncios e postagens pagas com informações sobre quem pagou por eles: 71% concorda.
Exigir que as redes sociais rotulem todos os "robôs", ou seja, usuários que parecem pessoas de verdade, para que você saiba quando não estiver interagindo com uma pessoa real: 76% concorda.
Exigir que as redes sociais removam contas falsas que tentam enganar as pessoas, e ao mesmo tempo, garantir que as pessoas possam usar outro nome em seus perfis por motivos de segurança ou por serem contas de humor: 71% concorda.
A maioria dos entrevistados (76%) também afirmam que as empresas de redes sociais devem mostrar artigos de checagem de fatos independentes. E 81% acredita que isso deve se tornar obrigatório por lei.
Pesquisa
A pesquisa foi realizada via telefone entre os dias 28 e 29 de maio de 2020, com cerca de mil pessoas acima de 16 anos, em todos os estados e no Distrito Federal. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. A amostra é representativa dos eleitores do Brasil, residentes em domicílio com posse de telefone fixo ou celular.
O PL*
O Projeto de Lei (PL) 2.630/2020 estava na pauta do Senado nesta terça-feira, mas foi retirado devido a divergências em torno do parecer do relator, senador Ângelo Coronel (PSD-BA). No início da tarde, em mensagem no Twitter, Alcolumbre anunciou a retirada do texto de pauta, após conversas com o relator e líderes partidários do Senado. Com isso, a previsão é que o texto seja novamente pautado na próxima semana.
O projeto tem sofrido críticas de parlamentares de entidades e de ativistas ligados à temática, com o argumento de que é necessária uma regulação para o tema e de que existem mecanismos no texto que podem atingir a liberdade de expressão.
Após o adiamento da votação, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse hoje (2) vai conversar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para tentar costurar um texto conjunto das suas Casas sobre o tema. Ele também citou a pesquisa do Ibope. "Este é um tema que interessa a todos, à sociedade. Uma pesquisa do Ibope mostrou isso. A sociedade [está] cansada de fake news, do uso de robôs para disseminar ódio, informações negativas contra adversários e instituições. Então, este é o melhor ambiente e melhor momento para votar a matéria. Temos que ter o cuidado de não entrar nas liberdades de imprensa e de expressão”, disse Maia.
*Com informações da Agência Brasil