Ricardo Salles pede demissão do Ministério do Meio Ambiente

Publicação no Diário Oficial da União também nomeou Joaquim Alvaro Pereira Leite como substituto na pasta ambiental

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Salles é alvo de um inquérito, autorizado pelo Supremo Tribunal Federal  (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)Salles é alvo de um inquérito, autorizado pelo Supremo Tribunal Federal  (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)
Salles é alvo de um inquérito, autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)
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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão do cargo, segundo a exoneração assinada pelo presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), e publicada hoje no Diário Oficial da União. O agora ex-ministro realizou uma coletiva de imprensa anunciando a saída do cargo.

No mesmo decreto, Bolsonaro nomeou Joaquim Alvaro Pereira Leite como novo ministro que estará comandando a pasta ambiental. Leite foi Secretário da Amazônia e Serviços Ambientais na gestão de Salles. O novo ministro é graduado em Administração de Empresas e foi conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (SRB) entre 1996 e 2019. Leite também foi Diretor do Departamento Florestal no MMA, atuou como diretor em empresa do ramo farmacêutico e como proprietário/administrador em fazenda produtora de café, conforme currículo oficial disponível no site do Ministério.

Ricardo Salles é investigado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). No mês passado, Salles foi alvo de mandados de busca e apreensão e teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados, no âmbito da Operação Akuanduba, deflagrada pela Polícia Federal (PF). O órgão apura crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando, praticados por agentes públicos e empresários.

A suspeita é da existência de um esquema internacional de exportação ilegal de madeira. Além do agora ex-ministro, outras 17 pessoas são investigadas.

Salles

Na entrevista coletiva, o ex-ministro afirmou que está ocorrendo no país um processo de "criminalização" de opiniões divergentes sobre a questão ambiental. "Eu entendo que o Brasil, ao longo desse ano e no ano que vem, na inserção internacional e também na agenda nacional, precisa ter uma união muito forte de interesses, de anseios e de esforços. E para que isso se faça da maneira mais serena possível, eu apresentei ao senhor presidente o meu pedido de exoneração, que foi atendido e eu serei substituído pelo secretário Joaquim Álvaro Pereira Leite, que também tem muita experiência e conhece todos esses assuntos", afirmou. Salles é criticado por ambientalistas por declarações e a condução da pasta. A saída também ocorre após eleição do presidente Joe Biden dos Estados Unidos, defensor de políticas ambientais.

Salles também fez um balanço de seus dois anos e meio de gestão, destacando que buscou cumprir a orientação do presidente em equilibrar o desenvolvimento econômico com o meio ambiente, com respeito ao setor privado, ao agronegócio e aos empresários. Entre as medidas citadas pelo ex-ministro, estão a aprovação do marco legal do saneamento básico, o programa Lixão Zero, o programa de concessões de parques nacionais e a abertura de concurso para o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Ele também mencionou o programa Adote um Parque, que prevê a obtenção de recursos de empresas para a preservação de florestas.

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