O galpão da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, foi atingido por um incêndio hoje (29). O chamado aos bombeiros ocorreu por volta das 18h. Até a última atualização, não havia vítimas no local e dezessete viaturas atuavam no combate.
Segundo o major Palumbo, do Corpo de Bombeiros, no galpão há materiais altamente inflamáveis. "Nós temos o registro de ser um local onde temos diversos materiais combustíveis diferentes. Arquivos de filmes, que tem acetato altamente inflamável e todos os materiais que compõem a edificação", disse Major Palumbo.
A situação da Cinemateca é alvo de críticas e processos por abandono da estrutura que abriga o maior acervo audiovisual da América do Sul. Cerca de 250 mil rolos de filmes e mais de um milhão de documentos relacionados ao cinema, como fotos, roteiros, cartazes e livros estão no acervo. A Cinemateca é gerida pela União.
Em abril deste ano, trabalhadores da Cinemateca divulgaram um manifesto alertando para riso de incêndio e pedindo a recontratação dos funcionários. "A instituição enfrentou quatro incêndios em seus 74 anos, sendo o último em 2016, com a destruição de cerca de 500 obras. O risco de um novo incêndio é real. O acompanhamento técnico contínuo é a principal forma de prevenção. A situação do acervo em acetato de celulose também é crítica", alertava o manifesto.
O documento continua destacando a importância da manutenção do local e dos itens abrigados no acervo. "Hoje, após quase oito meses sem treinamento das equipes de limpeza, segurança e bombeiros, sem técnicos especializados para acompanhamento do acervo, vivemos uma tragédia: a morte silenciosa de milhares de documentos únicos, filmes domésticos, cinejornais, telejornais, obras do cinema e da televisão. Tememos pela morte da memória social, histórica, cultural, cinematográfica e audiovisual brasileiras. A Cinemateca Brasileira é uma instituição complexa, que demanda constância de recursos e atuação de sua equipe técnica especializada. Perante o quadro atual, pleiteamos o imediato retorno dos trabalhadores a seus respectivos postos de trabalho, cuja experiência é crucial para a recuperação da instituição".
Gestão
Em 2020, o Ministério do Turismo reabsorveu as atividades da Cinemateca Brasileira por até um ano ou até a contratação de uma nova Organização Social para gerir a instituição, conforme publicação no site do Ministério. A expectativa era da contratação de uma nova Organização Social ainda no primeiro semestre de 2021.
Anteriormente, a gestão do local era feita pela Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (ACERP).
“Vamos restabelecer a Cinemateca Brasileira, entendendo sua importância para a história e cultura brasileiras”, destacou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, na época.
Com informações de G1