Greve dos motoristas de aplicativos atinge Passo Fundo

Paralisação nacional é no 99 e no Uber, mas não abrange outras plataformas

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Greve teve maior adesão na capitais Foto – Rovena Rosa – Agência BrasilGreve teve maior adesão na capitais Foto – Rovena Rosa – Agência Brasil
Greve teve maior adesão na capitais Foto – Rovena Rosa – Agência Brasil
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Na segunda-feira, 15, os motoristas de aplicativos como Uber e 99 entraram em greve em todo o Brasil, reivindicando repasses mais altos nas tarifas das corridas e, ainda, melhores condições de trabalho. Inicialmente, o movimento tinha estimativa de durar por 24 horas, seguindo orientações da Federação dos Motoristas Por Aplicativos do Brasil (Fembrapp) e da Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp). De acordo com as entidades, a adesão ao movimento deveria atingir 70% da categoria. Esse patamar foi ultrapassado na maioria das capitais, e ficou aquém em cidades do interior. Através de uma nota em nível nacional, a plataforma 99 informou que “tem conversado com os motoristas do aplicativo e que tem programas de apoio à categoria”.

99

Nos aplicativos do 99 a adesão em Passo Fundo foi quase total. O 99 tem plataformas distintas como a Pop, Táxi e Moto Táxi. Motorista do 99 Pop, Enéias dos Santos não trabalhou na segunda-feira. “Acredito que quase todos estão parados”, disse em relação aos mais de 350 carros inscritos no aplicativo. A paralisação não teve nenhuma mobilização local. “Foi informal, veio lá de cima. Nas capitais é bem mais forte”. Enéias, que trabalha com carro para transporte na modalidade de aplicativo, atua há dois anos no segmento. “Está muito baixo o valor que transferem para os motoristas”, disse em relação ao principal fator que gerou a paralização. Sem trabalhar, ele aproveitou a segunda-feira: “sempre tem alguma coisa pendente para fazer”, concluiu.

Uber

Em Passo Fundo muitos motoristas de aplicativos seguiram a orientação nacional. No caso do Uber, ao abrir o app na área central da cidade ainda apareciam alguns carros disponíveis, mostrando que não houve uma adesão total ao movimento. Até o final da tarde, ainda não obtivemos informações sobre a adesão, pois não há contato local com a Uber.

Garupa

O movimento não atingiu outras plataformas. É o caso do Garupa que, segundo o sócio-operador do app em Passo Fundo, Leandro Peruzzo da Silva, “está com valores melhores para os motoristas”. Disse que, devido à paralisação, “estamos aproveitando a oportunidade para atendem mais pessoas”, confirmando que a adesão à greve do 99 e Uber teve reflexos para outras plataformas de transporte por aplicativos.

Reivindicações

Segundo o presidente da Amasp, Eduardo Lima de Souza, a paralisação é porque o motorista de aplicativo está recebendo o mesmo desde 2016. “Até hoje, o motorista mantém o valor das corridas ganhando a mesma coisa. O setor automobilístico aumentou suas peças, o valor do veículo, o petróleo teve aumentos consecutivos, e as empresas não acompanharam esse aumento”, explicou. Também reivindicam em relação ao sistema de cobrança, alterado em 2019. “Antes, você sabia que o valor informado seria o mesmo que você pagaria. Atualmente não é isso mais, e com isso a taxa cobrada dos motoristas também está sofrendo essa variação. As empresas reajustaram os valores das tarifas para os passageiros, mas não repassaram para os motoristas”, reclamou.

 

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