Texto e fotos: Bruno Todero/ON
De um lado, o deserto que vira a cidade, principalmente depois da meia noite, entre a segunda e a quarta-feira. Do outro, as badaladas noitadas de quinta-feira até domingo. Esse movimento já é tradicional na capital do Planalto Médio, e fica ainda mais acentuado no período de férias nas universidades, quando um número gigantesco de alunos deixa a cidade e passa um período na terra natal.
Percorremos Passo Fundo nos primeiros dias da semana. De segunda a quarta-feira, são raros os que se aventuram a transitar pela cidade. O movimento pelas ruas e avenidas se resume basicamente por pessoas que vão ou retornam do trabalho, sempre com algumas exceções. Na segunda e na terça-feira até as lojas de conveniência dos postos de combustíveis param de funcionar mais cedo. Os bares e pubs registram movimento bem abaixo da média do final de semana. O público é formado quase que exclusivamente por casais. Na quarta-feira, o caldeirão já começa a esquentar um pouco, com mais carros, pessoas e os mesmos casais pelos postos e bares.
Longe da região central, o que antes chamamos de deserto pode ser substituído por breu total. As ruas pouco iluminadas são território apenas de algumas poucas almas, a maioria mal intencionadas. Em alguns pontos da cidade, como na famosa baixada da vila Cruzeiro, todo morador sabe que andar pelas ruas depois das 22h é como riscar um palito de fósforo no meio de um galpão de pólvora. Nem mesmo a polícia costuma passar por aquele trecho.
O cenário parece outro a partir de quinta-feira. O caldeirão que começara esquentar na quarta, na quinta já está fervendo, e no sábado transbordando. São nesses dias que a cidade agrupa jovens de vários municípios próximos, e opção de divertimento é o que não falta. Tem para todos os gostos: pagode, anos 80, sertanejo, bandinha, pop-rock, eletrônica e outras mais. Há quem prefira virar a noite nas imediações dos postos de conveniência, que agradecem devido a boa movimentação no caixa.
Prostituição não para nunca
Paradoxalmente, o movimento não cessa nunca na “avenida Farrapos” de Passo Fundo, a famosa rua Ângelo Preto, nas imediações da Estação Rodoviária. Travestis, prostitutas e moradores de rua disputam um lugar na calçada para garantir o sustento. O mesmo acontece próximo as duas extremidades da avenida Brasil, nos bairros Petrópolis e Boqueirão, onde o mercado do sexo rola livremente. Nesses locais, civis comuns procuram não caminhar a pé com medo de serem assaltos. Na rua ao lado da Rodoviária, por exemplo, cruzar a ponte sobre o rio Passo Fundo e se dirigir pela avenida Sete de Setembro até a Brasil é tarefa das mais perigosas. A escuridão é total e praticamente todas as luzes dos postes de iluminação estão quebradas. Quem vive naquela área garante, não sai de casa depois da meia noite, a não ser por extrema necessidade.
Reportagem completa você lê na edição deste final de semana de O Nacional