Daiane Colla/ON
A semana já trágica com a morte do ex-vereador e ex-vice-prefeito Adirbal Corralo e do jornalista Argeu Santarém ficou ainda mais triste com a partida repentina do ex-vereador e médico Jaime Debastiani. O político morreu em um acidente de trânsito, na ERS-324, por volta das 14h de domingo. Em decorrência da morte prematura de Debastiani, o prefeito Airton Dipp decretou luto oficial no município por três dias a partir de domingo.
O corpo de Debastiani seguiu do acidente para o IML (Instituto Médico Legal), sendo liberado apenas as 23h de domingo. No momento em que o caixão levando o corpo do político chegou a Câmara de Vereadores, o plenário principal já estava lotado de familiares, amigos e pacientes do “pai dos pobres”, como muitos o definiram.
Durante toda a madrugada e a manhã de segunda-feira (8), milhares de pessoas passaram pelo local, levando seu último adeus a um dos políticos mais influentes de Passo Fundo, com cinco mandatos na Câmara e um dos vereadores mais votados da história.
Para Ermindo Simonetti, Jaime Debastiani era mais que um amigo, “era um irmão”. “Defino o Jaime como duas pessoas distintas. O político, sempre preocupado com o crescimento de Passo Fundo e sua transformação política e econômica, buscando resultados também nas questões sociais e o médico que exercia a Medicina como sacerdócio, atendendo todas as pessoas, nunca visando o resultado financeiro de seu trabalho”, lembra. Conforme Simonetti, o afastamento da vida pública nunca esteve presente nos planos do político. “Ele estava aguardando uma decisão judicial para voltar a Câmara e conhecendo ele como eu conhecia, tenho certeza que ficar longe da política não era uma realidade para ele”, disse. “Debastiani deixou um grande vazio na política passo-fundense que não será preenchido a curto prazo”, complementou.
O prefeito Airton Dipp também lamentou a morte do companheiro de coligação. “É uma grande perda para o município, uma pessoa com uma grande atuação política voltada aos menos favorecidos”, disse. O vereador Roque Letti resumiu em uma frase a figura de Jaime. “Um médico que operava a política com maestria e competência peculiar. O verdadeiro pai dos pobres”.
Leandro Bussoloto, mais um amigo de Debastiani disse que a paixão pela medicina e por ajudar os outros sempre foram prioridade em sua vida. “Ele abdicava de seu conforto para se dedicar aos outros e sentia prazer nisso”.
Em seu Twitter, o vereador Patric Cavalcanti também expressou condolências a um de seus mentores políticos. “Passo Fundo perde um médico do povo e um político. Eu perco um irmão, companheiro, um amigo. Com certeza nossa política sentirá falta de Debastiani. Suas idéias, projetos e articulações. Novos rumos sem Jaime”, disse.
Pacientes e amigos de Debastiani fizeram fila para dar o último adeus. Os pacientes lembraram da humildade do médico. “Ele sempre nos atendeu quando nenhum outro queria. Isso é algo que fica para toda a vida, é uma perda irreparável”, comentou um morador da São José.
O corpo do ex-vereador deixou a Câmara as 10h30 de hoje, sob uma salva de palmas. De lá seguiu até sua cidade natal, Vila Maria, onde foi sepultado.