Redação ON
A primeira chapa a oficializar intenção de disputar a Reitoria da UPF (Universidade de Passo Fundo), liderada pelo professor Mauro Antônio Rizzardi, reuniu ontem pela manhã a imprensa para expor os objetivos do grupo e apresentar sua linha de trabalho. A necessidade de fortalecer o relacionamento interpessoal e de resgatar o caráter comunitário da UPF foram pontos reforçados pelos professores que integram a chapa. Rizzardi disse que o grupo está aberto ao diálogo porque a intenção é compor um projeto que atenda as necessidades da instituição. A chapa que ainda não tem denominação, reforça o trabalho em três pilares: a melhoria do relacionamento interno e externo, a qualificação da formação (ensino, pesquisa e extensão) e a busca do equilíbrio financeiro.
Pontualmente, na questão do relacionamento com a comunidade, Rizzardi e Hugo Tourinho, candidato a vice-reitor de Pesquisa e Extensão, destacam que a UPF sempre teve caráter comunitário porque foi constituída dessa forma. Essa característica está relacionada com a proposta de inovar a forma de gestão. Segundo Tourinho, a busca por qualificar o relacionamento institucional, tanto interno quanto externo, não é uma preocupação exclusiva da UPF, mas de todas as universidades. Ele citou o exemplo da USP, que construiu um campus na zona leste de São Paulo para atender à demanda daquela região. "Nós também devemos nos preocupar com o planejamento para atender nossas demandas, que mudam sempre."
A professora Carla Beatrice Crivellaro Gonçalves, candidata a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, complementa dizendo que é necessário ultrapassar a barreira das aulas restritas ao cenário da prática acadêmica. "Se não conseguirmos devolver o resultado dessa prática para a comunidade, a instituição não estará cumprindo o seu papel."
Com um orçamento de R$ 200 milhões, maior que do próprio município de Passo Fundo, a universidade cresceu muito nos últimos anos, tanto no aspecto físico, com a construção de novos prédios, quanto em números, pois este ano começou as atividades batendo o recorde de 17 mil alunos. O equilíbrio financeiro defendido pelo grupo não passa pela afirmação de que há desequilíbrio, segundo explicou o professor Antonio Thomé, candidato a vice-reitor Administrativo. Ele garante que teve acesso aos números e a instituição é mais do que viável. Existem questões pontuais que devem ser trabalhadas, como o fato de algumas unidades serem deficitárias. O exemplo mais clássico é o das licenciaturas, conforme a professora Maria Tereza Friedrich, candidata a vice-reitora de Graduação, embora esse problema não seja exclusivo.
O grupo defende, por exemplo, que a universidade, por meio de suas unidades, pode buscar outras alternativas de receita que não as mensalidades. Existe uma série de serviços e pesquisas que podem ser desenvolvidos. Na Agronomia, onde Rizzardi é o diretor, 16% da receita vem da prestação de serviços. O Polo Tecnológico de Alimentos atrai cerca de R$ 600 mil em pesquisa. Todas as propostas estão sendo reunidas em um projeto que começou a ser discutido em outubro.
Apoio
Os integrantes da chapa reafirmaram a postura independente na disputa. Rizzardi disse que o atual reitor, Rui Getúlio Soares, decidiu se afastar do processo. Já Tourinho, que é o atual vice-reitor de Pesquisa e Extensão, explicou que está muito à vontade no processo, porque jamais faria parte de um grupo que tivesse a intenção de simplesmente criticar ou atirar pedras no que foi feito. "A UPF é nossa praia e eu estou sendo coerente. Seria uma ignorância rasgar o que foi feito até agora. Estamos aqui para trabalhar para a instituição. Vamos aproveitar o que é bom e evoluir para melhor", justificou.