Texto e foto: Bruno Todero/ON
O baixo nível da água na barragem do Capingui colocou em alerta os moradores do local e chamou a atenção de autoridades e entidades ligadas ao meio ambiente na região. A paisagem paradisíaca característica do local deu lugar a um cenário quase que desolador, típico das mais severas secas enfrentadas no Estado. É justamente esse o ponto principal levantado pelos frequentadores da barragem. Apesar do déficit hídrico do ano, com chuvas abaixo das médias históricas nos meses de fevereiro e março, a avaliação é de que a seca não foi tão grande a ponto de provocar a queda de mais de 5 metros no nível normal.
O professor aposentado Sebastião Cruz, de 74 anos, levou a reportagem de O Nacional até sua propriedade, às margens do lago, adquirida há cerca de seis anos. Ele é categórico ao afirmar que nesses anos nunca antes o nível havia baixado tanto. "Há uns 70 dias, o espelho d'água estava neste trapiche (foto). Hoje, recuou uns 100 metros", revela Cruz. Ele compara a situação atual com a estiagem enfrentada na região em abril de 2009, quando foi registrado o menor índice pluviométrico da história em Passo Fundo. "Hoje eu diria que o nível da barragem está mais baixo do que naquela seca", afirma o aposentado.
MP investiga e quer explicações
Segundo o promotor de Justiça Paulo da Silva Cirne, o Ministério Público tem acompanhado a situação relacionada com a oscilação do nível da barragem do Capingui desde que denúncias foram apresentadas, ainda em 2009. "Já mantivemos contato com a Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler), que é o órgão responsável pelo licenciamento da área para exploração da CEEE, a fim de que faça uma revisão dos índices de variação entre a cota máxima e a cota mínima do nível da água para diminuir essa metragem, e, com isso, evitar problemas ambientais que inevitavelmente são provocados quando a barragem esvazia", informa Cirne.
A matéria completa na edição de ON desta sexta-feira (09)