Daniela Wiethölter/ON
Cansados da falta de professores, alunos e pais da Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Tochetto realizaram um protesto pedindo providências ao Estado. Foram 2 horas de paralisação, com a participação de mais de 200 pessoas na manifestação. A escola, que atende mais de 1.300 alunos, está sem professor em 38 períodos no turno da manhã e outros 16 à tarde. Além disso, três professores estão em laudo médico, aumentando em mais 27 os períodos sem aula.
O diretor da escola, professor Luiz Alberto Calieron, explica que as aulas iniciaram já com uma grande falta de professores, provocada principalmente pela ampliação da carga horária, que passou de quatro para cinco períodos diários. "É comum iniciarmos o ano com a falta de um, dois professores, mas neste ano, a situação está insuportável. Já se passaram 40 dias de aulas e estamos liberando alunos todos os dias mais cedo", disse.
Na escola, ainda existe o problema da falta de funcionários. O diretor conta que o laboratório de informática, que recebeu 15 computadores novos, e a biblioteca estão fechados desde o ano passado por falta de funcionários. "Não temos como abrir a sala sem ter uma pessoa controlando os alunos", disse Calieron. Outro problema relatado é a falta de merendeira. Segundo o diretor, a escola que oferece merenda para mais de mil alunos, tem apenas duas merendeiras.
Na tentativa de sensibilizar a 7ª CRE (Coordenadoria Regional de Educação) sobre o problema da escola, os próprios alunos procuraram o coordenador, Eliomar Lara. Porém, segundo o presidente do grêmio estudantil da escola, Renan Gomes, até o momento os prazos acordados não foram cumpridos. "Na primeira vez, ele pediu uma semana, depois mais uma semana. Ontem, eu liguei pra ele e prometeu que até segunda-feira teremos todos os professores", relata o estudante.
Escolas recebem professores novos
Na Escola Estadual Fagundes dos Reis, a situação melhorou desde que foi feita a última reportagem de ON no local, 30 de março. A escola que tinha uma defasagem de 28 períodos no turno da manhã, 15 à tarde e ainda mais 12 no turno da noite, recebeu uma professora de matemática. "Ajudou muito, a 7 ªCRE contratou uma professora com 40 horas para atender a disciplina de matemática nos turnos da manhã e tarde", explica a diretora do Fagundes, Jucenia Teresinha Albrecht. Além dessa contratação emergencial, a coordenadoria encaminhou alguns professores de outras escolas para complementar as horas. A escola ainda tem 12 períodos nos turnos da manhã e oito no turno na noite sem professores de matemática e física. À noite, ainda faltam professores de filosofia, ensino religioso e matemática.
Parte do problema também foi solucionado na Escola Estadual Adelino Pereira Simões, localizada no bairro Nonoai. Segundo o diretor Ruben Luft, no início de março faltavam professores para mais de 80 períodos. Nesta semana, a coordenadoria encaminhou uma convocação especial para um professor de geografia, além do professor de matemática já contratado há duas semanas. Para a disciplina de ciências, foi realizado um ajuste interno das aulas. Segundo o diretor, ainda existem 28 períodos vagos de química, espanhol, geografia e história entre os turnos da manhã e noite.
O coordenador regional de educação, Eliomar Lara, não foi encontrado pela reportagem. Segundo informações da 7ª CRE, Lara esteve em Porto Alegre negociando as novas contratações com o governo do Estado.