Daniela Wiethölter/ON
A artesã Julieta Flores Vieira, 32 anos, não dorme há dois dias porque sua filha, Laura, de seis meses, tem febre, tosse e respira com dificuldades. Até então, esta história parece ser bem comum, pois freqüentemente os bebês desta idade ficam doentes.
No entanto, o comum virou uma verdadeira novela, quando Julieta decidiu levar Laura até o pediatra. Julieta mora no interior de Coxilha, aproximadamente a 30 km do único posto de saúde do município, que possui atendimento com pediatra somente dois dias por mês. Para conseguir uma ficha de atendimento, é necessário aguardar o dia anterior ao plantão do médico e pacienciosamente tentar uma ligação para agendar a consulta. “É uma verdadeira loteria, pois são somente 10 consultas, que são agendadas somente por telefone e em uma única linha que fica ocupada durante o dia inteiro”, relata.
Com estas dificuldades, Julieta e outras milhares de pessoas, desistem do atendimento na sua cidade e acabam procurando municípios maiores, como Passo Fundo, que é referência em saúde na região. Depois conseguir uma carona e de viajar mais 20 km até Passo Fundo, Julieta chegou ao Posto 24 horas, no centro da cidade.
A história comum, que se transformou numa novela pessoal, daqui para frente se transforma em uma verdadeira saga. Não para Julieta - que depois de convencer a coordenadora do Posto de que sua filha precisava de um médico, foi atendida prontamente pelo pediatra e teve um final feliz para sua história. A saga é do município de Passo Fundo e seus moradores, que também passam por situações semelhantes à de Julieta, como adoecer e batalhar para conseguir uma consulta, exame ou cirurgia, mas que acabam por ter que literalmente disputar a tapa uma ficha para receber o mesmo atendimento que ela prontamente recebeu em Passo Fundo.
A matéria completa na edição de ON deste final de semana (17-18)