Chuva ameniza problemas no interior

Clima: depois de um início de mês seco, chuva trouxe alívio para quem vive no campo

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Contrariando os mais pessimistas, o mês de abril de 2010 foi bem diferente do ano passado. Se em 2009, durante os 30 dias, foram registrados apenas 4,8 mm de índice pluviométrico, neste ano já foram mais de 200 mm. A quantidade já supera a média histórica de 118 mm e trouxe alívio, principalmente, para os agricultores, que estavam ressabiados com a estiagem do ano passado, que secou açudes e acabou com as lavouras.

Com uma realidade bastante diferente, os agricultores estão podendo respirar aliviados, porque mesmo um pouco tardia, a chuva chegou em boa hora. De acordo com o engenheiro-agrônomo da Emater, Cláudio Dóro, o período entre 19 e 26 de abril "foi caracterizado por chuvas de alta intensidade e de longa duração. As chuvas foram ótimas para elevar o nível de água dos açudes, mananciais e para realizar a dessecação daquelas áreas destinadas às culturas de inverno e implantação da cultura da canola", comenta.

O atual momento é de aproximadamente 99,5% da área de 679.295 hectares de soja colhida, "com produtividade média de 2.700 kg/ha (45 sc/ha) de boa qualidade. O período foi bom para os sojicultores, pois houve alta de US$ 0,15/bushel (15 pontos) nas cotações da Bolsa de Chicago, tendo reflexo positivo de R$ 0,50/sc de 60 kg", explica Dóro. Segundo o agrônomo, as vendas acontecem lentamente e em pequenos lotes, "pois os preços não atendem à expectativa dos sojicultores e ofertam o necessário apenas para pagar os compromissos assumidos", salienta.

No que se refere à cultura do milho, mais de 99% da área plantada já foi colhida e encontra-se "à espera de melhor momento para ser ofertada. A produtividade está em torno de 112 sc/ha (6.720 kg/ha) de boa qualidade comercial. O mercado continua operando em ritmo lento e na expectativa de que fato novo aconteça para reação dos preços, uma vez que a safrinha brasileira está indefinida", ressalta Dóro.

 

Produção leiteira

A escassez de chuvas na primeira quinzena de maio retardou o plantio das pastagens de inverno e chegou a atingir a produção leiteira. A falta de pasto de qualidade e a pouca água nos açudes diminuiu a oferta de leite e aumentou os preços. Segundo Dóro, "o preço do leite manteve a tendência de alta na semana, variou de R$ 0,58 a R$ 0,79. O retorno das chuvas vai permitir a semeadura das pastagens de inverno nos próximos dias. As pastagens anuais de verão estão em final de ciclo. Entramos em uma nova fase de alimentação dos animais. O uso de silagem e de feno em substituição às pastagens de verão, que estão em fase final de ciclo, está se intensificando", afirma.

 

Frutas e verduras

Quem deve estar respirando aliviado também é o consumidor, que vai pagar mais barato por frutas e verduras. "A citricultura está se desenvolvendo normalmente. O clima está favorável, tanto para laranjas como para bergamotas. A expectativa é de que haja produção normal e preços bons para a safra vindoura", avalia.

O período também favorece o desenvolvimento de hortaliças folhosas, que deverá ter redução nos preços. Segundo dados da Emater, os preços praticados na feira do produtor são:

* Alface lisa e crespa: R$ 0,75/pé

* Alface americana: R$ 0,75/pé

* Brócolis: R$ 1,5/molho

* Chicória: R$ 0,75/pé

* Couve-flor: R$ 1,00/cabeça

* Couve-folha: R$ 1,00/molho

* Tempero verde: R$0,75/molho

* Cenoura: R$ 1,00/molho

* Beterraba: R$ 1,00/molho

* Aipim: R$ 2,00/pacote com 750 g

* Repolho roxo: R$ 1,50/cabeça

* Repolho verde: R$ 1,00/cabeça

* Abobrinha cabotiá: R$ 1,50/kg

* Tomate: R$ 2,50/kg

* Pinhão: R$ 2,50/kg

 

 

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