Seminário capacita para a adoção

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Adotar é muito mais do que encontrar uma criança no perfil desejado. Adotar é levar para casa um filho com toda a concepção e magnitude que a paternidade e maternidade requerem. Discutir a adoção e a importância de candidatos conscientes foi o objetivo do seminário Adoção, um Novo Nascimento, realizado ontem (26), no auditório da Faculdade de Medicina, numa promoção do Centro de Defesa dos Direitos a Criança e do Adolescente de Santo Ângelo, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e pela OCSIP Acolher de Porto Alegre, com o apoio da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social. O evento foi realizado com o intuito de capacitar as pessoas diretamente envolvidas com este processo, seja no sistema judiciário, da rede de assistência social ou nos diversos setores que compõem a rede que gerencia o processo de adoção.

Para a psicóloga Verônica Chaves, mais do que encontrar pais interessados em adotar uma criança, é preciso prepará-los para desenvolver um projeto de vida. “Adotar uma criança não é só pensar em amanhã, ou no próximo mês. É pensar um projeto de vida para, pelo menos, 20 anos”, salienta. De acordo com ela, existem hoje no Rio Grande do Sul 3.766 candidatos a adotarem. No Brasil todo, são 22 mil.

Na mesma linha de pensamento, a psicóloga Taís Cesca apontou para o trinômio: seleção, preparação e acompanhamento no que se refere aos pais candidatos. “Quem quer adotar, precisa ter em mente que vai adotar um filho que deverá tratá-lo como tal, criando um círculo de confiança e amor e não somente dando casa e comida, como muitos avaliam que é o necessário”, ressalta.

De outro lado, é preciso considerar a vivência que cada uma das crianças que esperam para serem adotadas tiveram até o momento de estarem prontas para fazerem parte de uma família. “Muitas vezes, elas são filhas de usuários de drogas, de mães subnutridas, que abusaram do uso de álcool durante a gravidez. Diversas dessas crianças nascem com alcoolismo fetal ou abstinência de uso de crack, somado a isso, passa-se muito tempo até que possam entrar na lista de adoção. Toda essa “rede” acaba acarretando falhas no desenvolvimento e quem pretende adotar, precisa saber que isso realmente acontece”, destaca Taís.

 

Dados locais

De acordo com a Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social, 80% das crianças que hoje encontram-se nos abrigos mantidos pela prefeitura estão aptas a serem adotadas. Essas crianças vivem em três casas de acolhimento e têm entre zero e 18 anos de idade. Em média, permanecem por até 12 meses abrigados.

 

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