Bruno Todero/ON
A insegurança ronda as rodovias da região. De um lado, motoristas com medo de pegar a estrada em função do aumento dos casos de roubo de carga e as transportadoras que contabilizam o prejuízo e começam a estudar estratégias para fugir dos ataques. De outro lado, possíveis quadrilhas especializadas, organizadas em dois braços: assaltantes e receptores. No centro de tudo isso, a Polícia Civil, que estuda cada um dos crimes e tenta chegar aos envolvidos.
Um levantamento feito pelas próprias transportadoras mostra que, de janeiro a abril, pelo menos oito ataques contra caminhões ou furgões que partiram de Passo Fundo foram registrados nas rodovias gaúchas. Média de dois por mês. A maioria transportava medicamentos, perfumaria ou materiais de higiene, produtos considerados de fácil colocação no mercado. Em praticamente todos, o relato das vítimas é o mesmo: os criminosos agiram em grupo, de forma planejada e com requintes de crueldade.
A onda de assaltos mobilizou alguns empresários do setor de transportes a discutir estratégias para tentar frear ou pelo menos minimizar os efeitos dos ataques. Com medo de represálias, porém, eles preferem não ser identificados. Contatado pela reportagem, um deles contou que já teve três cargas roubadas somente neste ano. A onda de crimes fez com que quase 40%, dos 30 motoristas contratados, pedissem demissão. Segundo a vítima, os prejuízos não param por aí. A cada novo ataque, além da carga roubada, os criminosos costumam levar estepe, tacógrafo e até o combustível. "Além do prejuízo financeiro e do transtorno que causam, ainda provocam o medo nos motoristas, que não querem mais sair para a estrada", disse o empresário. Prova disto é que dois, dos três funcionários que foram assaltados, não retornaram para o serviço.
Outro empresário, que teve uma carga roubada este ano, revelou que a insegurança motivou que mudasse algumas rotinas antes adotadas pela transportadora. "A maioria dos motoristas está com medo de sair. Agora nos preocupamos sempre em mudar nossos horários de saída e sempre trocar os veículos e motoristas que fazem determinada rota", explica. Além disso, o empreendedor gasta R$ 1 mil por mês para custear o contrato com uma empresa que instalou rastreadores e faz o monitoramento via satélite de cada um dos veículos.
A matéria completa na edição de ON deste final de semana (01-02)