50% dos veículos nos depósitos do Detran estão em condição de uso

Total de unidades em depósito vem reduzindo ano a ano em função dos leilões, mas portaria do Detran deverá acelerar o esvaziamento dos centros de remoção

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Bruno Todero/ON

Os dois Centros de Remoção de Veículos do Detran (CRDs) de Passo Fundo acumulam quase 1,7 mil veículos em depósito. Isso representa quase 2% da frota atual da cidade, que beira as 103 mil unidades. São cerca de 650 no pátio do Guincho Petrópolis e outros 1.100 na AGB Guindastes, que possui dois depósitos. Apesar de alto, esse número, em um passado bastante recente, já foi maior. No final do ano passado, a frota era superior a 2 mil. A redução se deu em função da facilitação dos leilões judiciais, que estão acontecendo em média duas vezes por ano.

O que chama mais atenção é que, segundo o gerente do Guincho Petrópolis, Daniel de Paula, apenas metade dos veículos que estão no depósito têm condições de uso. Destes, a maioria está parado em função de apreensões administrativas, entre elas principalmente autuações não pagas, atraso no pagamento do IPVA ou ainda condutor flagrado sem habilitação. A estimativa é de que os outros 50% só podem ser aproveitados para sucata, reciclagem ou para reposição de peças.
Outro dado importante, revelado pelo gerente, é que em torno de 25% da frota é oriunda de operações policiais, em que veículos roubados ou furtados são recuperados, mas aguardam por perícia ou documentação de seguradoras. Neste item, estão inclusas, por exemplo, em torno de 40 carcaças de veículos que foram incendiados, a maioria em atos criminosos.
Porém, segundo de Paula, a quantidade de veículos no guincho Petrópolis já foi maior, beirando mil unidades. “Os leilões realizados pelo Detran estão aliviando o pátio”, afirma. A média de venda em cada remate é de aproximadamente 250 veículos e sucatas por edição. O próximo leilão acontece em novembro.

Em relação à rotatividade, de Paula diz que em média 15 veículos entram ou saem do guincho todos os dias. O gerente ressalta, porém, que além do perímetro urbano de Passo Fundo, também são atendidos alguns trechos das rodovias da região.
Já no depósito da AGB Guindastes, segundo o diretor, Élio Morais, um novo leilão está marcado para o mês de julho, com a oferta de aproximadamente 350 unidades, entre carros e motos, além de sucatas.  Assim como no caso do outro CRD, a frota já foi muito maior, estando em outros tempos em quase 2 mil veículos.

Mais rotatividade
Conforme o Código de Trânsito Brasileiro, todo veículo retido no Centro de Remoção e Depósito de Veículos (CRD) por período superior a 90 dias estará sujeito a ser levado a leilão, caso não seja reclamado por seu proprietário. Para a retirada do veículo, é necessária a regularização do motivo de sua entrada em depósito e a quitação de débitos existentes (IPVA, multas, DPVAT e despesas com a remoção e estada no depósito).

Contudo, a rotatividade nos depósitos será facilitada assim que for colocada em prática uma portaria do Detran, que entrou em vigor em dezembro do ano passado, mas que ainda está em fase de testes em outros municípios. A medida autoriza a reciclagem de vários veículos que estão em depósito em situação de abandono ou irregularidade. O destino da maioria será a indústria metalúrgica, que poderá aproveitar o ferro para produção, por exemplo, de pregos.

A portaria prevê que nos casos em que o veículo deve ficar à disposição da polícia, após 30 dias da entrada no depósito, o Detran oficiará a autoridade para que se manifeste sobre a necessidade de maior permanência. Já em caso de restrições judiciais, transcorridos dez dias em depósito, o Poder Judiciário está sendo notificado para manifestação formal sobre a liberação do bem para leilão, indicação de depósito judicial ou ainda a nomeação de fiel depositário.

O Detran ainda notifica os proprietários, quando identificáveis, para regularização dos bens. Decorridos os prazos legais, os veículos, sucatas e demais são encaminhados à trituração. Nos dois CRDs de Passo Fundo, a expectativa é que, assim que passar a vigorar, a portaria reduzirá drasticamente o volume de unidades em depósito.

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