Texto: Daniela Wiethölter/ON
Foto: Eder Calegari/ON
Sem opção de descarte, mas também por falta de consciência ambiental, moradores descartam móveis e eletrodomésticos em terrenos baldios e nas encostas de rodovias da cidade. Em Passo Fundo, são dezenas de aterros improvisados. Os entulhos transformam o visual e também afetam o meio ambiente, pois muitos materiais são tóxicos, como os eletrônicos, que contaminam o solo e a água.
Na rua Princesa Isabel, na entrada da vila São Luiz Gonzaga, o problema já é recorrente, pois na região moram centenas de papeleiros e carroceiros. Ontem, o lixo estava espalhado por mais de 300 metros ao longo da via. Além de lixo doméstico, também havia carcaças de aparelhos de televisão, pilhas, baterias e móveis. Segundo o secretário do Meio Ambiente, Clóvis Alves, a prefeitura realiza uma fiscalização intensiva na cidade e quem for flagrado corre o risco de responder processo criminal, pagar multa e ser preso por crime ambiental. "Jogar lixo em local impróprio é crime, tanto para quem descarta quanto para quem contrata o serviço dos carroceiros", explica.
Já o problema da limpeza do local também pode gerar problemas para o proprietário do terreno. Se for em via pública, a prefeitura é responsável pela limpeza, mas quando em terreno particular, o proprietário pode ser multado e ainda deve limpar o terreno.
Sem aterro industrial
Segundo Clóvis Alves, além da falta de consciência das pessoas, ao jogar lixo em local inapropriado, existe um fator agravante que é a falta de um lugar para receber o lixo industrial, como eletrodomésticos e eletrônicos. "Em função disso, todo esse lixo descartado pela população acaba ocupando terrenos baldios, calçadas e ruas", relata Alves. O problema é causado pela ausência de uma legislação que cobre dos fabricantes e lojistas o destino desses materiais. Conforme o secretário, uma lei está tramitando no Congresso há quase 20 anos. "Não sobram muitas opções para cidades pequenas como Passo Fundo, pois o município não tem recursos para bancar um aterro industrial."
Sem muitas opções, o secretário orienta os moradores que tiverem esse tipo de material para ser descartado que procurem as eletrotécnicas, que transportam o material para São Paulo, onde existem aterros específicos para cada tipo de lixo. "Tanto a prefeitura como a Nova Era não podem receber esses materiais. É um problema crônico, para o qual ainda precisamos encontrar uma solução", diz o secretário.
Denúncias
As denúncias de despejo ilegal de lixo podem ser encaminhadas à Secretaria do Meio Ambiente no número 3311 5494. Quando o problema ocorrer em via pública, a Secretaria de Mobilidade Urbana pode ser comunicada para a limpeza do local. O telefone para as denúncias é o 3316 7200.
Limpeza
Para amenizar o problema, tanto a Secretaria do Meio Ambiente como a empresa responsável pela coleta de lixo da cidade, Nova Era, afirmaram que hoje o local passará por uma limpeza. A Nova Era informou que se responsabiliza pelo lixo doméstico e que realizará o serviço pela manhã. O titular do Meio Ambiente afirmou que comunicará à Secretaria de Mobilidade Urbana a necessidade de realizar a limpeza também nesta terça-feira.