Redação ON
Foto: Natália Fávero/especial ON
O dia 22 de abril de 2010 jamais será esquecido pelos filhos de Lucimar. A mãe levou um tiro na boca do ex-companheiro e nove dias depois morreu. Restou o vazio para as duas meninas e os quatro meninos. A mais velha tem 16 anos e os dois últimos filhos são gêmeos com sete meses de idade. O acusado é o ex-marido de 21 anos, pai dos gêmeos. Lucimar ficou internada durante nove dias no Hospital São Vicente de Paulo e morreu no dia 1º de maio.
Tristeza. Essa é a palavra que pode resumir os sentimentos dessas seis crianças e adolescentes que ficaram órfãos de mãe. Quatro dos seis filhos da vítima moravam na mesma casa que o casal, além de uma irmã de Lucimar que é deficiente.
Todos eles estavam em casa. Os dois filhos adolescentes presenciaram o crime. "Lembro que ele dizia que tinha matado a minha mãe. Quando entrei no quarto vi a minha mãe cheia de sangue em cima da cama. Ela era uma mãe muito boa e eu nunca vou esquecer dela", contou o adolescente de 15 anos. O filho de 14 anos que presenciou a mesma cena prefere esquecer aquele dia. "É uma situação que eu não quero lembrar. Depois que ela morreu sonho muito com ela. Estou com saudade", contou ele. A filha mais velha só pede uma coisa: justiça. "Ele tinha ciúme até dos filhos. Quando virávamos as costas, ele batia nela. Ele ameaçava meus irmãos com uma arma. Queremos justiça", disse a adolescente de 16 anos.
Lucimar enfrentava um problema em que muitas mulheres acabam sendo vítimas: a violência doméstica. Apesar de os filhos e familiares pedirem para que ela se afastasse do companheiro, o medo falava mais alto. O desfecho desse relacionamento acabou da pior forma.
A vítima não trabalhava. Vivia para os filhos e para as tarefas domésticas. Estava com o atual companheiro há dois anos. A irmã dela disse que os maus tratos eram constantes. "Esses dois anos que ela viveu com ele, a minha irmã só sofreu. Ela ia defender os filhos e apanhava. Tudo era motivo para ele bater nela. Ela baixava a cabeça e só sabia chorar. Lucimar estava cheia de hematomas quando morreu", comentou a irmã de Lucimar, Jocemar Santos de Oliveira. A tia das crianças também pede justiça para o caso. "Ele disse que foi um acidente, mas como que a arma foi parar na boca. Ele está solto. Queremos justiça", falou Jocemar.
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