Prefeitura notifica Nova Era

Empresa diz, no entanto, que não sabe a origem do material descartado. MP assegura abertura de inquérito

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Redação ON

O prefeito Airton Dipp esteve ontem à tarde no aterro sanitário, local do descarte das peças de roupas, que poderiam ser doadas para famílias carentes. Ele afirmou que até o momento o poder público tem agido para tentar identificar a origem do material. "A informação da secretaria é que as roupas identificadas no local não são da prefeitura", afirma. De qualquer forma, ele determinou que o secretário de Assistência Social, Adriano José da Silva, registrasse a ocorrência para que o descarte seja investigado e a abertura de sindicância para averiguar com precisão se realmente essas peças de roupa não saíram da Semcas. Da mesma forma, o prefeito emitiu notificação à empresa Nova Era, para que ela identifique a origem das peças de roupa, já que é a responsável pelo aterro sanitário. "Iremos aguardar as informações para que não haja precipitação", disse.

Nova Era não sabe a procedência
A empresa Nova Era é quem administra o aterro municipal e também é responsável pelo recolhimento do lixo na cidade. A assessoria de imprensa informou que a empresa não sabe de onde vieram as roupas e que não foi a empresa quem fez o transporte. Só estão autorizados a entrar no lixão veículos da Nova Era, prefeitura e algumas empresas cadastradas. Todos são abordados e registrados na entrada do lixão. Funcionários da empresa estão sendo ouvidos pela direção.

MP investiga
O promotor de Justiça Paulo Cirne informou que um inquérito civil público já foi instaurado para apurar os fatos. Foram solicitadas ao município informações para esclarecer se essas roupas estavam ou não em algum órgão da prefeitura antes de serem destinadas ao lixão. Se isso for confirmado, o município deve informar onde estavam e quem determinou o encaminhamento ao aterro e por qual motivo. Ao ficar sabendo pelo jornal O Nacional da presença de mais peças encontradas no aterro sanitário, o promotor disse que a constatação de mais unidades no local só agrava a situação e revela uma reiteração do processo de investigação sendo necessário averiguar desde quando isso está acontecendo no local.
A delegada Daniela Minetto, da 1ª Delegacia de Polícia Civil, informou que está analisando a possibilidade de instaurar inquérito policial a partir do registro da ocorrência, feita pelo secretário Adriano. No entanto, antecipou que a princípio não foi constatado crime.

História parecida
A Semcas esteve envolvida em outro episódio referente a doações de roupas. No final de 2008, após a campanha da Defesa Civil para ajudar as vítimas das enchentes em Santa Catarina, a secretaria ficou abarrotada de roupas doadas. Na época ON denunciou irregularidades na distribuição dos donativos. Os próprios funcionários públicos alertaram que estava ocorrendo desvio. Uma sindicância foi aberta, a irregularidade confirmada e os envolvidos afastados de seus cargos.

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