Bruno Todero/ON
É quase uma certeza: choveu, formou neblina ou nuvens espessas, e o aeroporto de Passo Fundo deixa de operar, tanto para pouso quanto para decolagens. Ontem, uma coletiva de imprensa, com a jornalista e candidata ao Senado, Ana Amélia Lemos, que estava marcada para o final da tarde, foi cancelada devido a impossibilidade de o vôo que a traria de Porto Alegre descer em Passo Fundo. “Falta teto no aeroporto de Passo Fundo. Aguardo no Salgado Filho para poder viajar”, disse, através de mensagem no twiter.
Ana Amélia se referia a medida usada nos aeroportos para definir a altura mínima de visibilidade entre o chão e a formação de nuvens, que, no caso de Passo Fundo, é de cerca de 200 metros (valor equivalente a aproximadamente 600 pés). Se houver formação de neblina ou nebulosidade abaixo destes 200 metros, a pista é fechada. O mesmo ocorre quando a visibilidade horizontal é reduzida. Para se ter uma ideia, ontem, quando o dia amanheceu, o teto de visibilidade estava em aproximadamente 130 metros. Durante a tarde, a nebulosidade piorou, reduzindo o campo de visão para apenas 80 metros. O resultado foi que o Lauro Kortz esteve fechado durante todo o dia.
Segundo a administradora do aeroporto, Clarice Beffart, o problema é comum a todos os aeroportos, que não podem operar com condições meteorológicas desfavoráveis. “Todos os aeroportos têm uma condição mínima para operar. Hoje (ontem) estamos inoperantes devido a condições meteorológicas abaixo dos mínimos de instrumento”, explicou.
Já o secretário de Desenvolvimento Econômico de Passo Fundo, Marcos Cittolin, lembra que o grande problema dos cancelamentos dos voos é a não disponibilidade de outras opções para os passageiros, que são obrigados a transferir a viagem. “Fechar, qualquer aeroporto do mundo fecha quando não tem condições meteorológicas favoráveis. O que acontece é que temos poucos voos, e cada cancelamento causa um grande impacto”, avalia.
Segundo Cittolin, o Lauro Kortz está entre os três melhores aeroportos do Rio Grande do Sul. Perde em estrutura apenas para o Salgado Filho, em Porto Alegre, e para o Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul. “Nosso aeroporto é excelente. Tem uma boa pista. Tem boa aparelhagem.
O que temos são limitações típicas do transporte aéreo, que só pode operar com 100% de segurança. Se formos observar, o próprio Salgado Filho fecha tão facilmente quanto o nosso”, frisa. “Nosso aeroporto é compatível com o movimento da região. O que precisamos é ter mais alternativas de voo”, finaliza Citollin.