Bruno Todero/ON
A decisão do prefeito Airton Dipp de reverter a inversão da Moron, depois da análise de dados apresentados pelos lojistas, apresentando as perdas no período, foi motivo de um exaltado debate na Câmara de Vereadores, durante a sessão plenária desta quarta-feira.
O primeiro a tocar no assunto foi o vereador da oposição, Rafael Bortoluzzi (PP), que disparou. “Inverteram o sentido da Moron, fazendo com que baixasse o movimento das lojas, fazendo com que pais de família perdessem o emprego. Agora a administração tem a maior cara de pau de reinverter e exigir que as empresas recontratem essas pessoas como se fossem moeda de troca. O que estamos fazendo: administrando a cidade de Passo Fundo ou trocando figurinhas?”, questionou.
Após cerca de 10 minutos, o vereador Roque Letti (PDT), da base governista, assumiu a tribuna e defendeu a decisão do Executivo. “Não sou o líder do governo, mas tenho que defender a administração. Pensei que o líder da base (Juliano Roso) o faria. Mas ninguém chama o senhor prefeito de cara de pau. Pensei que o Rafael (Bortoluzzi) tinha feito cirurgia de estômago, mas pelo jeito mexeram na cabeça dele. O prefeito teve a sensibilidade e a honradez de voltar atrás de uma decisão e reverter em partes o fluxo da Moron. Chamar o prefeito de cara de pau porque ele voltou atrás de uma decisão, após estar munido de todos os dados que comprovavam as perdas dos lojistas, isso sim é ser cara de pau. Espero que o vereador se retrate da ofensa que fez ao Executivo”, provocou Letti.
Logo em seguida, foi a vez do vereador Márcio Tassi (PTB), líder da oposição, assumir o microfone, onde classificou como uma “negociata” a mudança de atitude da administração. “Nosso trânsito virou motivo de negociata. Eu achei que já tinha visto de tudo, mas acho que a tendência deste Executivo é criar situações diferentes. Onde já se viu o sentido de uma rua ser motivo para negociar emprego?”, completou Tassi.
Só então o líder do governo na Câmara, vereador Juliano Roso (PCdoB), que ocupava a presidência da Mesa Diretora em função da ausência do presidente, Diógenes Basegio (PDT), pediu espaço para comunicação de líder, onde buscou apaziguar os ânimos. “Senhores vereadores, vamos deixar expressões como cara de pau fora do legislativo. Expressões como esta ficam melhores em músicas como a do Bruno e Marrone”, disparou. “O problema do trânsito de Passo Fundo não se resume com a discussão sobre a Moron. Problema do trânsito é amplo, complexo. Precisamos de obras, que poderão ser feitas com o empréstimo já aprovado do BID”, finalizou Roso.