Glenda Mendes/ON
A chegada ao final do primeiro trimestre letivo remete ao período de entrega dos boletins com as notas dos alunos. Mas, para alguns, a ausência de professores em determinadas disciplinas está deixando lacunas nesses registros. Isso, porque sem ter aulas, os alunos ficaram também sem as notas. Este problema aconteceu, por exemplo, com uma turma de ensino médio de uma das maiores escolas da rede estadual de Passo Fundo na disciplina de Literatura. Ao receberem os boletins, o espaço reservado para a nota desta disciplina estava em branco, bem como as páginas do caderno reservadas para o registro das aulas.
Na escola Monteiro Lobato, de outro lado, o problema é com as aulas de Língua Portuguesa para duas turmas de sétima série. Por duas vezes foram realizados contrários emergenciais temporários para suprir a necessidade, mas em ambos os casos, as professoras permaneceram em sala de aula somente por uma semana e desistiram do trabalho. “Nas duas situações, a questão não foi com a turma, mas a impossibilidade das professoras de permanecer na atividade em virtude de horário das aulas e salário”, comenta o diretor da escola, Olmir Fonini. Além da sétima série, uma turma de ensino fundamental também está sem professor.
Conforme a direção do 7º Núcleo do Cpers Sindicato, a situação desta escola não é única. No último levantamento feito, no final do mês de abril, chegavam a estar faltando cerca de 100 professores nas escolas de abrangência da 7ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e a promessa foi de que em uma semana a situação estivesse totalmente resolvida. Entretanto, segundo a direção do Cpers, continuam faltando diversos professores e casos como o da falta de nota nos boletins devem se repetir em várias escolas. Para os próximos dias está prevista a divulgação de um novo relatório com o levantamento feito pelo núcleo.
Uma das justificativas para o recorrente problema pode estar no aumento no número de períodos diários, que passou de quatro para cinco. Com isso, a demanda por professores teria aumentado em um quarto, além do pouco prazo para completar os quadros, uma vez que o aumento de períodos foi adotado somente no mês de fevereiro para o ano letivo que se iniciou em março.
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Educação, em Porto Alegre, o órgão possui um banco de contratações temporárias com aproximadamente 16.500 professores inscritos, em todo o estado. O número é considerado suficiente para suprir a carência em todas as coordenadorias de educação. Porém, ainda de acordo com a assessoria, grande parte do problema de falta de professores na rede estadual se dá pelas licenças solicitadas pelos servidores da educação, que chega a 2.500 por mês. Conforme o setor, existem 11 tipos de licenças que podem ser acionados pelos servidores públicos estaduais, de acordo com o estatuto dos funcionários. Até o fechamento da edição, a redação não havia conseguido conversar com o coordenador regional de educação.
Contratos temporários
Buscando completar os quadros, a 7ª CRE abriu edital de contratação temporária para diversos municípios da região, dentre eles Passo Fundo. As vagas são para orientadores educacionais e supervisores escolares. Para supervisão escolar, o candidato preciso ter licenciatura plena em pedagogia com habilitação específica em supervisão escolar, com diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino oficiais ou reconhecidos; licenciatura plena em qualquer disciplina com pós-graduação específica em supervisão escolar, ministrados por estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, com estágio específico; certificado de pós-graduação (mínimo 360 horas); certificado de mestrado (mínimo 360 horas); comprovação de tempo de exercício na função de supervisão escolar; comprovação de tempo de regência de classe. As vagas são para os municípios de Camargo, Casca, Ciríaco, David Canabarro, Guaporé, Ibiaçá, Lagoa Vermelha, Marau, Nonoai, Sertão e Passo Fundo.
Para a inscrição em orientação educacional, é exigida licenciatura plena em pedagogia com habilitação específica em orientação educacional, com diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior oficiais ou reconhecidos; licenciatura plena em qualquer disciplina com pós-graduação específica em orientação educacional, ministrados por estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal de Educação, com estágio específico; certificado de pós-graduação em orientação educacional (mínimo 360horas); certificado de mestrado em orientação educacional (mínimo 360 horas); comprovação de tempo de exercício na função de orientador educacional; comprovação de tempo de regência de classe. Existem vagas para os municípios de Camargo, Casca, David Canabarro, Guaporé, Lagoa Vermelha, Marau, Nonoai, Sertão, Tapejara e Passo Fundo.
A disponibilidade de vagas, formas de inscrição e prazos podem ser verificados na página da secretaria na internet (www.educacao.rs.gov.br).