Glenda Mendes/ON
Somente no mês de maio, 617 pessoas procuraram a emergência do Hospital São Vicente de Paulo por problemas respiratórios. Isso, sem falar nas unidades de saúde dos bairros e nos demais hospitais. A queda na temperatura e os vários dias chuvosos, desde que o outono começou, favorecem o aparecimento das patologias que atingem o sistema respiratório.
O quadro de lotação das emergências começa a ser cada vez mais frequente, principalmente com a proximidade do início do inverno. Na primeira semana de junho, por exemplo, em que as quedas de temperatura foram mais sistemáticas, 90 pacientes procuraram a emergência do Hospital São Vicente por problemas respiratórios, sendo que a maioria eram crianças.
Todos os anos, nos períodos de início das temperaturas baixas e também quando a queda é mais brusca é comum que ocorra um aumento dos casos de doenças respiratórias. De acordo com o vice-diretor médico do hospital, Julio Stobbe, a queda na temperatura foi a principal responsável pelo aumento na procura pela emergência nos últimos dias, especialmente na primeira semana do mês de junho. “Certamente a queda da temperatura promoveu um aumento do número de atendimentos do setor de emergência, aproximadamente em 30%”, salienta o médico.
Dentre os diagnósticos, sintomas de gripes, pneumonias, crises de asma ou bronquite, que são comuns nesta época do ano. E entre a população mais atingida, os idosos e as crianças. “Quem mais sofre com as quedas de temperatura são os extremos de idade, que são as crianças e os idosos, e os pacientes portadores de doenças crônicas, tais como asma, enfisema, bronquite, insuficiência cardíaca congestiva, cardiopatas isquêmicos, cirróticos”, destaca Stobbe.
Entretanto, alguns cuidados básicos auxiliam quando o assunto é manter-se longe desses problemas e suas complicações. “O agasalho de forma adequada trata-se de uma medida importante. A submissão ao frio com pouco agasalho provoca aumento da secreção de via aérea, alterando os mecanismos de defesa e aumentando a possibilidade de processos infecciosos de via aérea”, comenta Stobbe, referindo-se aos casos de pneumonia, sinusites, otites, amigdalites e mesmo os resfriados comuns.
As vacinas
Outra forma importante de evitar as doenças do aparelho respiratório é recorrendo às vacinas. Além do calendário do sistema público, existe a opção de fazê-las em clínicas especializadas. “A profilaxia vacinal não pode ser esquecida, principalmente da Influenza, tanto gripe sazonal quanto gripe A, além do calendário vacinal normal”, ressalta o médico.
Cuidados necessários
Junto ao correto uso dos agasalhos e das vacinas, a alimentação e hidratação do organismo também figuram entre as principais maneiras de evitar as doenças. “A boa hidratação, apesar do frio, é outra medida importante, além de uma dieta balanceada e rica em frutas e verduras. É importante, no caso de pacientes idosos que preferem permanecer debaixo da coberta em dias frios, que sejam estimulados a sair do leito em função da necessidade de expansão pulmonar para prevenção de pneumonia e trombose”, ensina Stobbe. Da mesma forma, pacientes portadores de doenças crônicas “necessitam manter os medicamentos prescritos pelos médicos assistentes para evitar a descompensações das suas doenças”, reforça.
Cuidados médicos
Evitar a automedicação é fator importante nesses momentos, pois o uso incorreto de algum medicamento pode prejudicar ainda mais o organismo e agravar a situação. “A orientação é a de que todos os pacientes que apresentarem sinais e sintomas de doenças necessitam de atendimento médico, não necessariamente nas emergências dos hospitais, mas preferencialmente no seu próprio bairro”, explica Stobbe.