Apae precisa de doações

Queda de R$ 100 mil nas doações prejudica a manutenção da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, que atende anualmente cerca de 380 usuários

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Natália Fávero/ON

 A Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) presta serviço de assistência social, educacional e na área de saúde há 383 usuários com deficiência intelectual. Para manter a manutenção e os atendimentos são gastos anualmente R$ 1,3 milhão. A entidade sobrevive com recursos dos governos municipal, estadual e federal e com as doações da comunidade, que representam a maior parte da verba. Nos últimos dois anos, o número de doações está diminuindo. Em 2009 foi registrada uma queda de 12%, cerca de R$ 100 mil. Essa situação poderá repercutir na manutenção dos atendimentos que poderão reduzir em 10% se o quadro não for recuperado.

A Apae tem cerca de 3 mil colaboradores. Cerca de 60% da verba provém dessas arrecadações que representam em média R$ 45 mil mensais. Os outros 40% são as verbas públicas que somam R$ 400 mil anuais e cobrem o custo de apenas um terço dos usuários. Cada aluno da entidade custa R$ 400 mensais. Os gastos ficam por conta dos salários, na manutenção das instalações e equipamentos, em transporte, energia elétrica e telefone. Ao todo são 57 funcionários: 15 professores cedidos pelo município e Estado, 13 monitores da área de educação e 12 profissionais da saúde.

O administrador da Apae, Alexandre Miranda Ferreira, informou que com a queda das doações da comunidade será difícil manter todos os atendimentos. "Se não recuperarmos os valores das doações os programas e atendimentos podem sofrer reduções", disse Ferreira.

Uma das explicações para esse fato são as denúncias que a entidade sofreu em 2008 por irregularidades administrativas e criminais. "Nada do que aconteceu foi constatado e a Justiça é quem está avaliando. No ano passado, todas as nossas contas foram aprovadas. Mesmo com as denúncias, nunca paramos de atender", argumentou o administrador.

O prédio da entidade também precisa de reformas, principalmente na parte elétrica. "O prédio não foi construído com um planejamento, mas pela necessidade. É preciso uma reestruturação e reforma, que poderia ter sido feito, por exemplo, com os R$ 100 mil que deixamos de arrecadar", comentou Ferreira.

Por enquanto, a entidade está realizando o mesmo número de atendimentos, mas o administrador não sabe até quando. "É necessário que a comunidade continue a colaborar com a Apae que está de portas abertas para a comunidade conhecer o nosso trabalho e os dos profissionais", convidou o administrador.

 

11 mil atendimentos só na área da saúde

A entidade mantém programas e projetos que ajudam na habilitação e reinserção social das pessoas que tem deficiência intelectual ou múltipla. A Apae oferece educação infantil (creche e pré-escola) e ensino fundamental (ciclos e EJA), com 309 alunos matriculados. Os outros 74 usuários recebem apenas o atendimento em saúde, como fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, neurologia, odontologia ou ortopedia. No ano passado foram realizados 11 mil atendimentos na área de saúde que também atende os matriculados na educação infantil e fundamental. A entidade também realiza trabalhos na área de assistência social através de diagnósticos, visitas domiciliares, atendimento de apoio às famílias e encaminhamentos de documentos pessoais e aquisição de outros serviços.

Doações

Os interessados em contribuir com a Apae podem fazer doação em dinheiro sem limite de valores na agência 0310 do Banrisul, conta nº 0686428703. Alimentos não perecíveis, materiais de limpeza, higiene e de expediente (papel e cartuchos de tinta) são bem-vindos. Informações pelo telefone 3313 1330.

 

 

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