Aproveitando a data de dia 12 de junho, Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, o MPT (Ministério Público do Trabalho) com o apoio da Prefeitura de Passo Fundo, por meio da Secretaria de Educação, lançou nessa sexta-feira um projeto de erradicação do trabalho infantil. O objetivo da ação é reduzir cada vez mais os índices de trabalho infantil no Brasil, sendo que o Rio Grande do Sul é o oitavo estado no ranking brasileiro, com cerca de 127 mil crianças trabalhando.
O prefeito Airton Dipp destacou que é impossível preparar uma criança para exercer sua cidadania completa se ela pular etapas, não tendo os instrumentos de formação necessários, como momentos de lazer, cultura e esporte. "Vamos manter um diálogo permanente nesse processo de conscientização, que passa pelos alunos, pais e professores", disse o prefeito.
O projeto será implantado gradativamente nas escolas municipais. Atualmente dez delas já fazem parte do projeto, que está na fase do treinamento dos professores. Essas primeiras escolas foram escolhidas por critérios de vulnerabilidade social.
Segundo informações da secretária de Educação, Vera Vieira, a previsão é para que no próximo ano mais dez escolas entrem no projeto, e em 2012 as demais escolas municipais de ensino fundamental. Ela também ressaltou que a prefeitura já tem um programa de erradicação do trabalho infantil promovido pela Secretaria de Cidadania e Assistência Social, do qual a Secretaria de Educação é responsável pelas oficinas ministradas aos jovens. "Agora esse novo programa vai ser direcionado aos alunos das escolas, vamos envolver cerca de 5 mil crianças em um primeiro momento", disse. Oficinas com as crianças e palestras com os pais estão entre as atividades previstas.
O procurador do Trabalho, Bernardo Mata Schuch, explicou que o objetivo é mudar a cultura das pessoas e das próprias crianças, para que todos tenham a consciência das idades legais para trabalhar. "Precisamos derrubar alguns mitos, como o de achar que as crianças devem ajudar no orçamento familiar ou de que trabalhando ela sai da rua. O que tira a criança da rua é a escola", disse. Bernardo ainda ressaltou que é comprovado cientificamente que a criança que trabalha tem um déficit na sua educação e que isso vai lhe dar uma renda menor no futuro, se comparado a um adulto que estudou na infância.
