Bruno Todero/ON
Um grupo de 24 jovens, aprovados no curso de formação para soldados temporários, está a 69 dias esperando pela convocação para que sejam incorporados no efetivo do Corpo de Bombeiros que atua na região de Passo Fundo. A espera começou em 9 de abril, data em que ocorreu a formatura da turma. Desde então, a reclamação da maioria dos aprovados é a de que largaram seus empregos na expectativa da contratação imediata, o que não aconteceu.
Ontem, um dos jovens procurou a reportagem de O Nacional para relatar a situação. O rapaz, que preferiu não ser identificado, disse que já havia entrado em contato com alguns colegas de turma e que todos estariam dispostos a protestar pela demora no chamamento. “A maioria de nós largou o emprego para poder começar imediatamente nos Bombeiros. Acontece que o tempo está passando e nada de nos chamarem para trabalhar. Enquanto isso as contas estão vencendo”, disse o rapaz.
Outro colega reclama que, durante a apresentação do curso por parte de oficiais dos bombeiros, na cidade de Santo Ângelo, foi dito que após o término das aulas, que duraram dois meses, em menos de um mês todos estariam incorporados no efetivo. “Sabíamos que teríamos que aguardar, mas não tanto tempo. Já fazem mais de dois meses da formatura e nada. Liguei para o Comando e me responderam a mesma coisa que falaram para todos os outros aprovados: que não havia previsão de contratação, e que a ordem viria de Porto Alegre”, disse o aluno aprovado.
Segundo ele, o objetivo, ao ingressar na Corporação como soldado temporário, era de se preparar para os concursos de soldados de carreira, já que o contrato temporário é de dois anos, prorrogável por mais um.
Comando garante convocação
Segundo o comandante do 7º Comando Regional de Bombeiros, tenente-coronel Paulo Ricardo Farias, o edital lançado pela Corporação não estipulava prazo para a contratação. Legalmente, o Estado tem até dois anos para isso. Contudo, Farias garante que todos os 24 alunos serão convocados dentro dos próximos dias. “Não posso dizer se amanhã, semana que vem ou na outra. Mas nos próximos dias eles serão chamados. É do nosso interesse que eles sejam incorporados ao efetivo”, explicou Farias.
De acordo com o comandante, a demora ocorreu em função dos trâmites que devem ser seguidos pelo Governo do Estado para que ocorra a efetivação dos aprovados. O processo inicia com a realização de um concurso. Os aprovados passam por um período de dois meses de aulas e atividades práticas até a formatura. Depois, são dispensados até que ocorra a nomeação. É no último ponto que ocorre a demora. “A última informação que temos é de que o processo encontra-se na Casa Civil, pronto para assinatura da governadora, com todos os pareceres favoráveis”, garantiu o tenente-coronel.
Defasagem chega a 50%
Ainda segundo Farias, atualmente o efetivo de bombeiros em Passo Fundo está 30% menor do que o considerado ideal. A situação é pior na região de cobertura do 7º CRB, onde a defasagem chega a 50%. “É por isso que garantimos que os bombeiros temporários serão chamados. É uma necessidade nossa que eles sejam contratados. Quanto mais servidores, melhor o serviço prestado para a comunidade”, avalia o comandante.
Os 24 novos soldados temporários vão atuar na cidade e também em Carazinho, Frederico Westphalen, Soledade, Erechim, Guaporé e Getúlio Vargas. O salário para o cargo gira em torno de R$ 900, já inclusos alguns benefícios.