Permanece o impasse no PAR Boqueirão

Moradores que ingressaram na Justiça aguardam relatório de vistoria da Caixa. Empresa responsável pelas obras informa que o prédio está estável há dois meses

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Daniela Wiethölter/ON

Está programada para a próxima semana a entrega do laudo de vistoria da Caixa sobre os problemas na estrutura do condomínio Jardins do Boqueirão (PAR Boqueirão). Após meses sem solução para o problema de fissuras, infiltrações e problemas estruturais, que causaram o desnivelamento do piso de dezenas de apartamentos, os moradores denunciaram o problema à Defesa Civil e ao Ministério Público Federal, além de entrar na Justiça para que a Caixa resolvesse os problemas e garantisse segurança dos moradores.

Segundo o engenheiro da Caixa, Cláudio Teixeira, as vistorias foram finalizadas no dia 9. "Agora estamos encerrando o relatório. Até o final da semana que vem vamos entregar o relatório que mostra que apartamentos apresentaram problemas estruturais para que logo se iniciem as obras de reparo", explicou o engenheiro.

O relatório faz parte de um acordo firmado há cerca de 40 dias entre o representante legal dos moradores e a Caixa na Justiça. Conforme Teixeira, tão logo seja finalizado, será entregue à Justiça e ao MP.

A assessoria da procuradora da República, Fernanda Alves de Oliveira, informou que o Ministério Público Federal aguarda o relatório para dar prosseguimento ao inquérito.

Obras
Enquanto segue o processo na Justiça, a construtora Labore, com sede em Pelotas, realiza obras externas e internas no condomínio. Segundo o responsável pelo setor administrativo de obras da empresa, Carlos de Oliveira, cerca de 30 imóveis já passaram por reparos até o momento e outros 25 ainda serão realizados. "Há cerca de dois meses realizamos um reforço na estrutura do prédio e o engenheiro da Caixa, que está monitorando as obras, afirmou que o problema na estrutura de fundação está estabilizado", disse Oliveira.

O apartamento da aposentada Nelsi Peres, localizado no bloco 7, passou por reparos na tarde de ontem para consertar as rachaduras nas paredes e as infiltrações. Segundo a moradora, os problemas são comuns desde a mudança, há três anos, quando o condomínio foi entregue aos arrendatários. "Eu entrei na Justiça porque quero ter garantia de segurança, passamos muito tempo reclamando e nada foi feito, agora eu acho que a coisa vai andar", disse a moradora.

No bloco 6, que também teve problemas na estrutura, muitos moradores não autorizaram a realização das obras internas até a finalização do processo judicial. Segundo uma moradora do bloco, Cristiane Aparecida Rossato, há três anos o apartamento apresenta problemas, como infiltrações e rachaduras. Em março passado, após uma forte chuva, o piso cedeu, causando grande preocupação para os moradores do térreo do prédio. "Nós já realizamos duas reformas, mas o problema sempre volta. Agora vamos aguardar a decisão da Justiça", disse Cristiane.

O mesmo aconteceu no apartamento vizinho. O piso do quarto da filha do proprietário do imóvel cedeu e, por precaução, a família deixou o apartamento e se mudou para outro bloco do condomínio.

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