Na rota da reciclagem

Empresas têm investido cada vez mais em alternativas para reciclagem. Em São Paulo, embalagens longa vida passam por todo o ciclo de reciclagem e são transformadas em papel, plástico, móveis e até em telha de alta durabilidade

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Daiane Colla/ON

Em meio à cidade de São Paulo e toda a sua grandiosidade, 17 cooperativas de recicladores trabalham em dois turnos para garantir que uma pequena parcela do lixo produzido pelos habitantes da cidade seja reciclado. Diariamente, os caminhões da empresa responsável pela coleta de lixo na cidade, descarregam todo o lixo seco que conseguem encontrar. Plástico, papel, alumínio, vidro e embalagens longa vida têm destinos diferentes dentro das cooperativas.

Numa delas, a Coopere-Centro, 150 pessoas se revezam no trabalho de separação e destinação do material reciclável. Criada em 2004, a Coopere tem dois objetivos principais. Auxiliar na conservação do meio ambiente através do trabalho da reciclagem e garantir a inclusão de centenas de pessoas, que antes eram catadores de lixo. “Aqui todos têm um trabalho digno e ninguém mais precisa sair para catar”, conta Sergio Luis Longo, um dos coordenadores da Coopere.

As outras 16 cooperativas de reciclagem de São Paulo funcionam da mesma forma. Os caminhões de recolhimento levam o lixo seco até os galpões das cooperativas. Lá os materiais são separados, vendidos a empresas compradoras, que por sua vez revendem para as indústrias.

Sérgio Longo afirma que o sistema está longe do ideal, mas que estão trabalhando para implementá-lo. “O ideal seria que a gente se unisse e vendesse direto para as indústrias, porque individualmente não temos volume para oferecer”, explica.

Na Coopere-Centro cerca de 300 toneladas de lixo seco são separadas todos os meses para a reciclagem. O volume poderia ser maior se a população colaborasse mais. Hoje, apenas 1% do lixo produzido em São Paulo é reciclado. Em Passo Fundo esse volume chega a 2%, e certamente poderia ser maior.

Entretanto, o trabalho das cooperativas de reciclagem de lixo de São Paulo tem dado certo, porque as empresas responsáveis pela produção dos resíduos sólidos que acabam indo para o lixo estão se preocupando com a destinação final. E elas são parceiras dessas cooperativas na busca de soluções para o lixo.

A Tetra Pak é exemplo disso. Cerca de 25% de todas as embalagens Tetra Pak produzidas no Brasil são recicladas. Esse percentual, segundo o engenheiro de desenvolvimento ambiental da empresa, Edy Merendino poderia chegar aos 100% se houvesse um maior interesse da população brasileira em separar o lixo que produz. Em a viagem a São Paulo, conhecemos o processo de reciclagem de uma embalagem Tetra Pak.

Reciclagem
Das cooperativas de materiais recicláveis as embalagens de Tetra Pak são levadas até indústrias de reciclagem. A Mercoplas, localizada em Campinas (SP) é uma delas. Lá as embalagens de longa vida são colocadas no “hidrapulper” – semelhante a um liquidificador gigante.  Durante a agitação do material com água e sem produtos químicos, as fibras são hidratadas, separando-se das camadas de plástico/alumínio. Em seguida, essas fibras são lavadas e purificadas e formam “mantas” que são revendidas às indústrias de papel e podem ser usadas para a produção de papel utilizado na confecção de caixas de papelão, tubetes ou na produção de material gráfico.

O material composto de plástico e alumínio é destinado para fábricas de processamento de plásticos, onde é reciclado por meio de processos de secagem, trituração, extrusão e injeção. O composto é transformado em pallets que são transformados em peças plásticas como cabos de pá, vassouras, coletores e outros.

Outro processo de reciclagem permite que o plástico com alumínio seja triturado e prensado a quente, transformando-se em uma chapa semelhante ao compensado de madeira que pode ser usada na fabricação de divisórias, móveis, pequenas peças decorativas e telhas.

A Ecofuturo é uma das empresas que utiliza embalagens longa vida na produção de telhas para construção civil. O resíduo da reciclagem das embalagens, composto por alumínio e plástico é prensado e transformado em telhas de alta durabilidade. As telhas de alumínio reciclado são mais duráveis e possuem mais conforto térmico que as tradicionais de amianto. Podem ser amplamente utilizadas em galpões e aviários e são indicadas para a região Sul do Brasil, onde ocorrem temporais de granizo. O material, desenvolvido pela Tetra Pak, apresenta maior resistência a essa adversidade climática.

Rota da reciclagem

Para auxiliar os habitantes de diferentes cidades do país sobre coleta seletiva e reciclagem, a Tetra Pak mantém o site Rota da Reciclagem. O espaço mostra de forma didática como qualquer pessoa interessada pode participar do processo de separação e entrega das embalagens longa vida para a reciclagem. Ele informa onde estão localizadas as cooperativas de catadores, as empresas comerciais que trabalham com compra de materiais recicláveis e os pontos de entrega voluntária (PEV) que recebem embalagens da Tetra Pak.

Passo Fundo está no site, onde duas cooperativas podem ser encontradas, uma na Vila Popular e outra na RS 153.

A jornalista Daiane Colla viajou a São Paulo a convite da Tetra Pak

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