Dia do santo do Batismo

Festa de São João é um momento de partilha, onde as comidas típicas devem ser levadas por todos e divididas no grupo que festeja

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Texto: Glenda Mendes/ON

Pipoca, quentão, fogueira, pé-de-moleque. Hoje (24) é dia da tradicional festa de São João e suas comidas típicas. A comemoração, que vem sendo feita há várias semanas em diversas escolas de Passo Fundo, onde a festa já faz parte das festividades anuais, faz uma homenagem ao santo do Batismo, que foi martirizado e degolado durante o reinado de Erodes.
A origem da história de São João Batista vem dos registros bíblicos. Segundo padre Nelson, da paróquia São João Batista, o nascimento de João já começou com uma comemoração. "Ele era filho de Zacarias e Isabel, um casal idoso que não tinha filhos e sofria muito por isso. Zacarias era agricultor e também prestava serviço num templo em Jerusalém. Certo dia ele recebeu uma visita do anjo Gabriel que disse que Isabel seria mãe. Ele ficou tão contente que diz que ficou mudo até o nascimento do menino", conta o padre.
Entretanto, a comunicação do nascimento aos parentes e vizinhos era algo difícil naquela época. "Como ele era agricultor e morava numa região agrícola, havia uma expectativa muito grande com o nascimento do menino. Então ele combinou com os parentes e vizinhos que quando nascesse o menino, ele haveria de acender uma fogueira no alto de um monte como sinal. Daí, vendo a fogueira à noite, saberiam do nascimento. Então todo mundo correu para lá, porque o costume, quando nascia um menino, era fazer oito dias de festa. Cada um levava a comida que tinha em casa, e passavam oito dias juntos, conversando, brincando e celebrando. No oitavo dia era feita a circuncisão do menino e lhe davam o nome. Essa é a origem de São João Batista", explica padre Nelson.
A partir da história de João Batista, entende-se a tradição da fogueira. Mas ele somente foi aclamado como santo em virtude das suas ações quando adulto. "Na idade adulta, João Batista se tornou um missionário e um profeta que falava em nome de Deus e na defesa dos pobres contra os desmandos da época, do rei Erodes. Os pobres o procuravam porque viam nele um homem de Deus. E ele realizava um rito, que era o batismo. Por isso que ele é chamado Batista, quer dizer aquele de batiza. Mas ele acabou sendo preso por um soldado do rei Erodes e depois foi martirizado e degolado numa festa de aniversário do rei. Então ele ficou na mente como sendo uma pessoa de Deus, protetor dos pobres", salienta padre Nelson.

A festa e as comidas
De acordo com padre Nelson, a festa de São João, é diferente. "Em toda parte, nas escolas, comunidade, o pessoal se organiza e faz a festa junina, onde cada um leva comida típica da região, da estação, como pipoca, pinhão, amendoim e repartem. É uma festa diferente, de partilha. As pessoas também procuram brincar, cantar, dançar. Mas é bom lembrar que é a memória de um santo", destaca o religioso.

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