?"leo de cozinha reciclado vira fonte de renda

Cinco mulheres realizam o trabalho que gera renda e colabora com a preservação do meio ambiente

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Texto e foto: Glenda Mendes/ON

O que fazer com o óleo de cozinha usado? A resposta pode estar no galpão de reciclagem da Associação dos Amigos do Meio Ambiente. Em vez de causar sérios danos ambientais, que é o que acontece quando o óleo é jogado pelo ralo da pia da cozinha, o reaproveitamento é uma das principais fontes de renda das integrantes da associação.

A partir do óleo que é doado, as cinco mulheres que hoje trabalham no galpão, que fica na Vila Popular, conseguem aumentar os rendimentos mensais, que são também obtidos com a venda de outros materiais recicláveis, como papel, vidro, ferro e alumínio.

"Primeiro começamos a trabalhar com reciclagem de papel, plástico e vidro. Só depois é que começamos com o óleo. Faz mais ou menos um ano que estamos recolhendo o óleo", conta Janete de Fátima Leites, uma das integrantes da associação. Como o material que chega no galpão nem sempre está devidamente separado, o primeiro trabalho das associadas é justamente o da separação. Assim, de um lado vai o papelão, de outro o papel branco, o plástico, o vidro e assim por diante.
Já com o óleo, a atenção precisa ser um pouco maior. Logo que chega nos galões de coleta, o óleo é despejado em um tonel de plástico, onde fica descansando por alguns dias. Isso é feito para que a sujeira desça e fique no fundo. Depois, o óleo vai para um tanque, para então ser vendido como matéria-prima para usinas de biodiesel. Outra pequena parte é utilizada para a fabricação de sabão para consumo das próprias associadas.

Melhorias em vista

Boa parte da renda da família de Janete, que tem quatro filhos, vem do trabalho que ela realiza no galpão. O expediente de dia inteiro é de trabalho árduo, mas estão previstas algumas melhorias, que poderão aumentar ainda mais a renda dessas mulheres. Isso porque está prevista uma verba do Ministério da Ciência e Tecnologia, conseguida por meio de emenda do deputado Beto Albuquerque (PSB), para a compra de um caminhão e uma máquina de produção de biodiesel.
Com isso, elas poderão recolher o óleo em mais locais, trabalho que será possível com a aquisição do caminhão. Além disso, com a máquina, poderão produzir o biodiesel que servirá de combustível para o veículo, tornando a coleta do óleo de cozinha autossustentável.

Como participar

Participar dessa ação ambientalmente correta está ao alcance de todos, basta doar o óleo de cozinha usado. Para isso, existem duas formas. Uma delas é entrando em contato com a associação, pelo telefone 8146 7672, solicitando o recolhimento. Outra, é levando o material diretamente no galpão, que fica na Vila Popular, próximo à rodoviária.
Existe ainda a possibilidade de solicitar o empréstimo de um galão para armazenamento do óleo, o que pode ser feitos em prédios e condomínios, por exemplo. Depois de cheio, o galão pode ser levado até o galpão.

Qualidade de vida
Deixar o trabalho de catadora na rua e trabalhar em um local livre de intempéries foi uma das principais melhorias na vida de Marli Teresinha da Silva. Depois de dez anos puxando carrinho pelo centro de Passo Fundo, ela começou a trabalhar com a associação. "Melhorou a renda e a minha vida. Na rua pegava muita chuva, frio, saía com as crianças também. Às vezes, as crianças tinham que faltar aula para ir junto, porque não conseguia puxar o carrinho sozinha, mas aqui melhorou muito mais", conta Marli, que hoje tem quatro filhos morando com ela.
O trabalho no galpão melhorou a vida de toda a família. Além de dona Marli, que agora não precisa mais enfrentar os dias de chuva, os filhos não faltam mais à escola. E para que ela e as outras mulheres da associação possam continuar tendo uma vida digna, basta que a população doe o material que antes iria para o lixo.

Gostou? Compartilhe