Promessa de mais segurança recoloca acadêmicos nos PSFs

Curso de Medicina da UPF havia cancelado as atividades curriculares nos postos de saúde da cidade alegando falta de segurança, mas, em reunião com a Brigada Militar e a secretaria de Saúde, a decisão foi revertida

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Bruno Todero/ON

A partir do segundo semestre letivo deste ano, os acadêmicos do Curso de Medicina da UPF retomam suas atividades curriculares nas unidades de saúde dos bairros de Passo Fundo. Há cerca de 10 dias, por decisão da direção do curso, os estágios foram cancelados por motivo de segurança, reduzindo a capacidade de atendimento dos ambulatórios. Ontem, em uma reunião entre a universidade, a Brigada Militar e a secretaria municipal de Saúde, ficou acertado que tanto a BM quanto a secretaria vão fazer a sua parte para garantir o retorno das atividades.

Segundo o diretor da Faculdade de Medicina, professor Luiz Carlos Manzato, com a sinalização da prefeitura e da Brigada de que a segurança será reforçada nas unidades, o retorno dos alunos é natural. Com isso, a partir de agosto, quando iniciam as aulas do segundo semestre letivo, cerca de 200 acadêmicos do curso retomam as aulas práticas nos ambulatórios.
O secretário Alberi Grando mostrou-se satisfeito com o encontro, principalmente por ter encerrado com o impasse que havia se instalado, prejudicando o convênio Pró-Saúde que o município tem com os ministérios da Saúde e Educação. Na reunião, ele informou que, nos próximos dias, haverá um reforço na atuação da universidade nas unidades de saúde, com estudantes de outras faculdades também atuando nas vilas e bairros. Isso vai proporcionar, segundo ele, a vinda de mais recursos federais para a cidade e a possibilidade da prática aos acadêmicos. Grando garantiu, ainda, reforço na segurança estrutural dos PSFs.

Já o comandante interino do 3º Regimento de Polícia Montada de Passo Fundo, major Adair Zanotelli, disse que a preocupação da Brigada Militar é garantir a continuidade do convênio entre a universidade e a secretaria, evitando prejuízos a população. “Nosso objetivo é dar condições para que os médicos, estagiários e os funcionários dos postos trabalhem tranquilos, sabendo que a Brigada está trabalhando para garantir a eles mais segurança”, afirmou.

Reforço in loco
Para garantir esse atendimento, a BM prometeu reforçar e intensificar as ações nas regiões onde estão instaladas as unidades de saúde. “Sabemos da importância da participação da UPF nos postos de saúde. Só resta a Brigada dar o apoio necessário a esta entidade para que continue prestando o serviço que prestava”, frisou Zanotelli. O comandante propôs, ainda, a realização de palestras sobre segurança para os estudantes da universidade.

Entenda a decisão
No dia 21 de junho, a direção do Curso de Medicina decidiu suspender as aulas ministradas por mais de 10 professores em 15 unidades de saúde de Passo Fundo. Um assalto a mão armada sofrido por um aluno, no bairro Nossa Senhora Aparecida, foi o estopim para a decisão. Na ocasião, o jovem teve o carro e o celular levado por um criminoso. “Hoje foi só um assalto, levaram o carro e o celular, mas amanhã pode ser a vida de alguém. Estamos preocupados e não podemos ficar sem fazer nada”, disse Manzato naquele dia.

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