Lição de impacto

Iniciativa de professores e alunos da Escola Anna Luiza Ferrão Teixeira mostrou, na prática, o resultado da falta de recolhimento de lixo no pátio e em salas de aula da instituição

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Leonardo Andreoli/ON

Professores e um grupo de alunos da escola estadual de ensino médio Anna Luisa Ferrão Teixeira resolveram ousar para mostrar o impacto do lixo na vida das pessoas. Durante uma semana o pátio e as salas de aula da instituição não foram limpos. Pais e estudantes que não sabiam do projeto se revoltaram com a situação. Reclamações foram encaminhadas à direção da escola e até a Coordenadoria Regional de Educação.

A iniciativa fez parte de um projeto interdisciplinar sobre os impactos causados pelo lixo quando não recebe o destino correto. A professora de biologia Andrea Elicker Maronezi e os alunos do Terceirão foram os responsáveis. Durante uma semana a direção da escola deixou o lixo acumular. Na manhã de ontem o grupo e um representante de cada turma fizeram o recolhimento e a separação dos materiais.

Impacto
Maronezi conta que a ideia era causar impacto nos alunos, o resultado, no entanto, pulou os muros da instituição. “Mães chegavam na escola para saber por que o pátio não tinha sido limpo. Mas ninguém questionou porque o lixo estava lá”, relata. Conforme a professora as reclamações chegaram até a Coordenadoria Regional de Educação dizendo que a escola estava suja e ninguém fazia nada.
Ela explica que a próxima atividade a ser desenvolvida é a identificação de materiais que podem ser reaproveitados na própria escola. Para Maronezi o projeto mostra ainda o papel das serventes aos alunos. “Elas não estão na escola para recolher o lixo, mas para manter a escola limpa”, ressalta.

Só reclamação

A aluna do Terceirão, Franciele dos Santos Caetano, enfatiza a revolta dos pais com a situação. “Eles ligaram pra rádio, fizeram um monte de coisas, mas incentivar os filhos a não jogar lixo no chão não acontece. Reclamar eles reclamam, mas ligar para a escola para dizer que ela está limpa e organizada ninguém liga”, afirma. Para a estudante esse não é o único problema. A quantidade de lixo recolhido revela que ainda falta conscientização com a questão. “Você tem que dar uma sacudida e expor o problema na cara, se não ninguém acorda”, pontua. Conforme a estudante, mesmo com as reclamações ninguém se mobilizou para tentar solucionar o problema. Franciele observa ainda que a maior parte dos jovens joga o lixo no chão. “As pessoas tem a cabeça muito pequena. Não pensam grande para ver que somos nós eu que estamos poluindo e isso vai fazer mal pra nós”, opina. Entre os materiais recolhidos estavam um pneu, latas de tinta e até uma placa.
A estudante Ana Cláudia de Alcantara compartilha com as idéias da colega. Segundo ela muitos estudantes demoraram para perceber que a escola estava suja. Para ela, a iniciativa de convidar um aluno de cada turma para ajudar na limpeza foi fundamental na concretização dos objetivos do projeto. “Queremos que eles passem essa ideia para os outros colegas, para que eles mudem um pouco a atitude”, diz. Os alunos convidados ainda ficaram responsáveis por contar aos outros estudantes o porquê do lixo ter ficado acumulado durante a semana.

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