População de animais domésticos supera recomendação da OMS

Estimativa é de que Passo Fundo tenha pelo menos um animal doméstico para cada dois moradores

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Glenda Mendes/ON

A população passo-fundense é calculada em torno de 190 mil habitantes. A de animais domésticos, em mais de 100 mil. Com matemática básica, percebe-se a existência de pelo menos um animal para cada duas pessoas. No entanto, a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) é de que a população de animais domésticos seja, no máximo, o número correspondente a 20% do total de habitantes.

Uma pesquisa realizada pela UPF (Universidade de Passo Fundo) em 2008, apenas em residências horizontais, apontou para a existência de cerca de 20 mil gatos e 80 mil cães domésticos. Isso, sem contar os que vivem em prédios de apartamentos e nas ruas. Com isso, a estimativa da época, que foi a última feita, indicava cerca de 100 mil animais domésticos na cidade. Pela recomendação da OMS, deveriam existir, no máximo, 38 mil animais.

Desde a pesquisa realizada até o momento, passaram-se cerca de dois anos e a população de animais domésticos, certamente, cresceu. Um dos resultados desse crescimento é o grande número de animais abandonados o que acaba sendo um problema de saúde pública e um transtorno para a população, que precisa conviver com os dejetos desses animais, especialmente em praças e outros espaços públicos.

De outro lado, as organizações de defesa e proteção dos animais acabam impotentes perante a um número tão grande de animais vivendo nas ruas. Segundo Zulma Marques, integrante do Capa (Clube dos Amigos e Protetores dos Animais), a organização cuida hoje de mais de 400 animais, entre cães, gatos e cavalos. "Estamos lotados e temos uma grande dificuldade em atender as novas solicitações", comenta. De acordo com ela, mesmo com a realização das feiras de doação, ainda é grande a quantidade de animais que são mantidos pelo clube.

Para cuidar de todo esses animais, o Capa conta com recursos de R$ 10 mil mensais destinados pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente, por meio do fundo que o mantém. Esse valor é utilizado para a compra de ração, para custear os trabalhos dos funcionários e para as castrações. Este ano, no entanto, em uma parceria com a Faculdade de Medicina Veterinária da UPF, foram realizadas 80 castrações gratuitas.

As doações
Para sensibilizar a população para a adoção desstes animais, o Capa realiza feiras nos finais de semana. Todos os animais que o Capa mantém são castrados e somente são doados depois de passar pelo processo cirúrgico. Segundo Zulma, o ideal é que as pessoas interessadas em adotar, procurem as feiras, pois encontraram os animais mais indicados para serem levados para casa.

Mas se a intenção for ajudar sem adotar, o Capa também recebe doações de ração e material para a construção dos abrigos dos animais.

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