Natália Fávero/ON
O diretor presidente da Codepas, Claudemir Bragagnolo, afirmou que a empresa pública tem condições de reassumir a coleta de lixo em Passo Fundo, que já era feito pela companhia entre 2002 e 2004. A Codepas está trabalhando nesta semana para entregar um estudo de mercado para o prefeito Airton Dipp, com os custos. Se a empresa for escolhida, a direção da Codepas pretende modernizar o sistema de coleta e destinação do lixo.
A rescisão do contrato entre a prefeitura e a Nova Era foi divulgada na semana passada e cerca de dez empresas já procuraram a Secretaria do Meio Ambiente devido ao interesse em assumir o serviço. "A administração interna da Codepas está preparada para assumir a coleta. Já atuamos no transporte coletivo e temos capacidade para prestar mais esse serviço", disse Bragagnolo.
O estudo de mercado prevê custos de leasing, locação ou compra de equipamentos, dos funcionários e da manutenção. Caso a empresa seja selecionada, os funcionários deverão ser contratados emergencialmente. Mas a intenção da empresa não é assumir de forma emergencial. "Não queremos assumir dessa forma, pretendemos ficar. A Codepas quer modernizar o sistema e fazer um reaproveitamento, de médio a longo prazo, de até 80% do lixo produzido na cidade", informou o diretor presidente.
Segundo Bragagnolo esse será um desafio, além do que a Codepas tem condições de prestar outros serviços voltados para o desenvolvimento da cidade. "A Codepas é uma empresa pública e mais ágil do que muitas secretarias da prefeitura, temos de aproveitar isso para que ela retome o objetivo pelo qual ela foi criada, que é o desenvolvimento econômico", esclareceu.
Codepas já prestou o serviço
Durante o período de 2002 a 2004, a Codepas já prestou o serviço de recolhimento de lixo. O atual diretor presidente da empresa pública informou que na época ele não fazia parte da gestão, mas lembra que o trabalho de coleta era bem feito. As máquinas eram locadas e os funcionários cooperativados. Logo depois, a Nova Era assumiu por meio de processo de licitação. Ele não soube informar o motivo pela qual a Codepas parou de fazer a coleta, mas acredita que foi uma decisão da gestão na época.
Crise financeira amenizada
A Codepas passou por uma crise financeira na gestão administrativa passada, em meados de 2004. Bragagnolo disse que iniciou suas atividades em 2005 e uma das ações foi fazer um trabalho de reformulação. A companhia ainda tem dívidas de tributos que foram renegociadas e ainda estão sendo pagas. "São dívidas de FGTS, INSS, entre outros impostos. Na época, apresentamos um relatório ao Ministério Público e Tribunal de Contas e fizemos uma auditoria para levantar os problemas", explicou. Um planejamento foi realizado para buscar a recuperação. Hoje, a empresa está com a situação financeira equilibrada. Os recursos da empresa provêm quase que exclusivamente do transporte coletivo urbano. A arrecadação mensal chega a R$ 700 mil. A empresa mantém 183 funcionários.
Histórico
A Codepas (Companhia de Desenvolvimento de Passo Fundo) foi criada pela Lei nº 2.115 de 1º de dezembro de 1984 e instituída como empresa pública sob forma jurídica de sociedade anônima. A prefeitura é acionista majoritária com 98,8% do capital social e a Capasemu é detém 1,2% do capital.
Em 1989 foi criada uma Divisão de Transporte, ligada à então Secretaria de Serviços Urbanos, quando foram adquiridos os primeiros ônibus para o transporte de passageiros. No final de 1993, a Divisão de Transportes desvinculou-se da secretaria e foi transferida para a Codepas, que assumiu a forma de empresa pública de economia mista. Suas contas são controladas e aprovadas pelos conselho administrativo e fiscal da empresa, pela auditoria municipal e pelo Tribunal de Contas do Estado. A Codepas é administrada por um diretor presidente, um diretor administrativo, um diretor financeiro e um operacional.
