Adelar Aguiar é exonerado da STMUS

Entrevista concedida a O Nacional foi o estopim para a decisão assinada pelo prefeito Airton Dipp. Ermindo Simonetti assume hoje a secretaria

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Bruno Todero/ON

O paço municipal foi balançado nesta segunda-feira com a notícia da exoneração do secretário de Trânsito, Mobilidade Urbana e Segurança, Adelar Aguiar. A entrevista concedida por ele a O Nacional, publicada na edição deste final de semana, foi determinante para a decisão, assinada pelo prefeito Dipp e anunciada no final da tarde de ontem em nota oficial da assessoria de imprensa. Na entrevista, Adelar atribuiu a crise enfrentada pela secretaria após as mudanças feitas no trânsito da cidade nos últimos meses à administração 2004-2008, quando Dipp também era o prefeito, mas tinha como principal partido aliado o PP. O PT, partido do ex-secretário, era oposição àquele governo.
A partir de hoje, a secretaria será dirigida pelo coordenador do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), Ermindo Simonetti, que já ocupou o cargo, inclusive na administração PDT/PP. O convite foi feito na tarde de ontem pelo próprio prefeito. "Inicialmente vamos tomar pé da situação e fazer um diagnóstico da situação da secretaria para só depois começar a traçar um plano de trabalho que atenda à gestão da administração municipal", disse Simonetti. Quanto ao trabalho no GGIM, o novo secretário garantiu que, por enquanto, seguirá coordenando as ações. "Até porque a atuação do gabinete de Gestão Integrada tem grande ligação com a Secretaria de Mobilidade Urbana e Segurança na atual estrutura do município", lembrou.

Aliança inabalada
De acordo com o presidente do diretório municipal do PDT, Paulo Padilha, a exoneração de Adelar não abala a relação do partido com o PT, principal aliado na coligação que reelegeu Dipp para a prefeitura. Padilha garantiu que a decisão foi tomada unicamente em função das declarações do ex-secretário para a reportagem ON. "A coligação com o PT continua forte. O problema ocorreu com a pessoa do senhor Adelar Aguiar, tendo em vista as manifestações dadas por ele ao jornal. Nosso entendimento é de que faltou unidade de governo ao ex-secretário", afirmou. Já o presidente do diretório municipal do PT, Sebastião dos Santos, disse que o partido irá reivindicar o espaço perdido com a exoneração de Adelar. O ex-secretário foi procurado pela reportagem, mas não foi encontrado.

Mudança também na Câmara
A segunda-feira também foi marcada pela mudança no Legislativo Municipal. O ex-presidente da Câmara, Diógenes Basegio (PDT), entregou oficialmente a cadeira para se dedicar a campanha à Assembleia Legislativa. O cargo foi transferido para o 1º suplente do partido, o secretário de Saúde, Alberi Grando, que teve de ser exonerado da secretaria.
Contudo, ele não deverá seguir na função de legislador, já que, possivelmente ainda amanhã, deverá repassar o cargo ao 2º suplente pedetista, Sidnei Ávila. Assim, já na quinta-feira Grando poderá reassumir a Secretaria de Saúde. "É uma decisão do partido, a pedido do prefeito estou assumindo como vereador, mas nos próximos dias pretendo voltar à secretaria. Temos alguns projetos não terminados que ainda pretendo concluir, como a constituição da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e da Samu", afirmou.
Já Sidnei Ávila deixou a coordenação da Coordenação dos Movimentos Populares, que será assumida por Marcos Aurélio Tumelero. Todas as informações estão publicadas em edital da prefeitura na página 18 de ON.

A entrevista
As declarações de Adelar Aguiar dadas em seu gabinete e gravadas na íntegra (o material em áudio está no endereço eletrônico www.onacional.com.br - o trecho mais polêmico da entrevista e a reportagem completa) tiveram a repercussão prevista. O objetivo da entrevista era avaliar o trânsito de Passo Fundo após as mudanças adotadas, principalmente em meados de 2009 e início de 2010.
No entanto, o ex-secretário surpreendeu ao afirmar que até aquele dia só havia gerenciado decisões tomadas pelas pessoas que ocuparam a pasta antes dele e que somente agora Passo Fundo conheceria o seu jeito de trabalhar. Adelar foi incisivo ao repetir, pelo menos cinco vezes durante a entrevista, que era contra a instalação das lombadas e sinaleiras eletrônicas na cidade antes de as ruas receberem melhorias, mas que o fez porque a decisão era da administração anterior. Ao final da entrevista, ON perguntou ao secretário: "O senhor sabe que vai causar polêmica com suas declarações?". O secretário então informou que já havia se manifestado da mesma forma em outras ocasiões.

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