Daniela Wiethölter/ON
Centenas de estudantes que cursam o nível superior na Faculdade Anhanguera foram impedidos de ingressar na instituição na última segunda-feira (2) e assistir às aulas. O problema aconteceu no primeiro dia de aulas do segundo semestre do ano quando alguns cartões foram recusados no sistema de ingresso da faculdade, que utiliza catracas eletrônicas.
Segundo a aluna do 6° semestre de Administração, Priscila da Silva, na leitura do cartão, o equipamento informou que o crédito não tinha sido cadastrado, apesar de estar em dia com a instituição. Os alunos barrados foram conduzidos ao Setor de Acertos, localizado em frente á sede da Anhanguera, na rua Paissandu. "A situação foi constrangedora. Eu não estou devendo para a faculdade, mas fui tachada como inadimplente, juntamente com mais de 300 alunos que ficaram na fila durante horas e passando frio na rua", relatou a estudante.
No dia seguinte, a entrada foi liberada para todos os alunos. No entanto, ainda revoltados com a situação, os alunos formaram uma comissão e procuraram o diretor da unidade. Além do episódio ocorrido na segunda-feira, os universitários também relataram outras reclamações, como a entrega atrasada dos boletos de pagamento das mensalidades, a redução da média semestral de sete para cinco, a obrigatoriedade do pagamento das provas de recuperação e ainda o excessivo número de alunos em sala de aula. "Eu tenho mais de 120 colegas estudando na mesma sala. Que tipo de ensino é este?", questionou.
Na reunião, o diretor da unidade prometeu aos alunos dar retorno às reivindicações até esta sexta-feira. À reportagem do ON, a instituição se manifestou através da assessoria de imprensa. Segundo a nota, "a Anhanguera Educacional informa que todas as suas unidades contam com catracas para garantir o controle e a segurança de seus alunos. Sobre o ocorrido na noite de segunda-feira (02/08) na Faculdade Anhanguera de Passo Fundo, a instituição explica que parte dos alunos não conseguiu entrar por uma falha no sistema, que não reconheceu a situação regular desses estudantes. Ao detectar o problema, na mesma noite, a faculdade liberou a entrada deles. As providências técnicas já foram solicitadas e o problema foi resolvido no dia seguinte". Sobre o atraso na entrega dos boletos, mudança da média semestral, excesso de alunos em sala de aula e o pagamento das provas de recuperação, a Anhanguera não se manifestou e informou que está apurando as informações.
Segundo o coordenador do Procon de Passo Fundo, Zeferino Boscardin, as instituições de ensino superior só podem desligar o aluno, se comprovada a inadimplência, no final do semestre. "Se os alunos não pagaram as mensalidades, é direito da instituição impedir a entrada, assim como renovar a matrícula, até a formalização de um acordo do pagamento dos atrasados", disse. No entanto, ele ressalta que o inadimplente não pode sofrer constrangimento. Neste caso, o aluno que se sentir prejudicado, pode ingressar com uma ação indenizatória na Justiça Comum.