Emoção e alegria marcaram as homenagens prestadas aos dez anos de atuação da equipe de transplante de fígado do HSVP (Hospital São Vicente de Paulo). No dia 5 de agosto, a direção do HSVP reuniu médicos, enfermeiros e profissionais de saúde de diversas áreas para comemorar a trajetória de uma equipe que se dedica a salvar vidas. À equipe foi entregue o diploma de reconhecimento e ao coordenador, médico Paulo Reichert, a medalha HSVP de mérito.
Nessa caminhada de uma década foram realizados em torno de 154 transplantes. Dos pacientes que receberam órgãos, 73% são do sexo masculino, 27% são mulheres, oito crianças e sete adolescentes, que vieram de várias cidades do RS, Paraná ou Mato Grosso. De janeiro a julho de 2010, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes registrou apenas três doações de fígado, e são 51 pacientes à espera do transplante.
Na comemoração festiva, o presidente do hospital, Décio Ramos de Lima, justificou que o HSVP é referência devido às pessoas comprometidas em atender bem. "Presidir esta instituição é uma alegria e homenagear a equipe de transplante de fígado e o Dr. Paulo é um orgulho, pois são pessoas obstinadas a salvar vidas."
Persistência e vontade de salvar vidas
Após fazer a entrega do diploma de reconhecimento à equipe de transplante de fígado, o diretor médico da instituição, Rudah Jorge, disse que a palavra persistência expressa o significado do trabalho da equipe.
A virtude de persistir e lutar pela criação do grupo também foi mencionada pelo administrador do HSVP, Ilário De David. "Participei das primeiras reuniões da diretoria, em que o Dr. Paulo apresentou e explicou os detalhes do projeto de formar uma equipe para fazer transplante de fígado. Ficamos de dar a resposta e ele veio novamente, dizendo que queria muito fazer transplante. Desde então, a persistência e a vontade dele somaram-se e fortaleceram a trajetória dessa equipe", ressalta.
Representando a equipe de transplante de fígado, a médica gastroenterologista Lísia Hoppe, evidenciou que o Dr. Paulo foi um grande visionário ao iniciar a caminhada do transplante. "Tu és conhecido e reconhecido pelo amor que demonstra ao atender as pessoas". A especialista salientou ainda que "só é possível fazer transplante, porque o HSVP é uma potência". Segundo ela, o trabalho da equipe persiste porque reflete o somatório de muitos elos que tem o mesmo cuidado.
Emocionado, Paulo Reichert disse que estava honrado com a distinção prestada pelo hospital à equipe e a ele. Ao relembrar a história desses dez anos, o coordenador da equipe enaltece que o trabalho é multidisciplinar, envolvendo diferentes atuações com o único objetivo de salvar vidas. "Isso nos torna muito unidos, mesmo nas dificuldades e desafios, visto que é muito difícil perder e recomeçar um novo caso", desabafa.
Em relação às perspectivas, Reichert afirma que há muito para melhorar. "Vejo que a segunda década será melhor, porque teremos mais casos com melhores resultados, mas precisamos de mais doações para atender a demanda crescente na lista de transplante de fígado". Para tanto, o cirurgião enfatiza a importância de se ter diagnóstico de morte encefálica no tempo devido e que as famílias de entes queridos com esse diagnóstico digam sim à doação de órgãos. Com as doações, as pessoas ter uma prorrogação de suas vidas. "O nosso paciente mais antigo, Geomoci (que esteve na comemoração), escreveu muito bem sobre seu transplante. Ele disse que estava aos 47 do segundo tempo morrendo, veio o transplante e agora está vivendo uma prorrogação longa e maravilhosa. Esperamos que as pessoas com problemas hepáticos tenham uma segunda chance, e isso depende da doação", conclama Reichert.
Confiança na equipe de transplante
Volmecir Fagundes, funcionário público aposentado, 59 anos, recebeu um fígado há dez anos e também participou da comemoração. Ele foi submetido ao transplante hepático no dia 18 de maio de 2000 e hoje tem uma vida normal graças a Paulo Reichert e a toda a equipe que o atendeu. "Eu sempre tive confiança nos profissionais. Todos fazem parte da minha vida. Pude conhecer meus netos graças a eles", declara emocionado.