Natália Fávero/ON
Há cerca de seis meses, o esgoto das casas populares do Parque do Sol estaria invadindo uma propriedade rural na localidade de São Miguel e prejudicando o meio ambiente. A água escura com forte cheiro escorre por um terreno que fica atrás das 100 moradias entregues em setembro do ano passado. Uma espécie de banhado formou-se no terreno e os dejetos acabam invadindo a propriedade vizinha, que fica em frente à Igreja de São Miguel. Os peixes que o morador criava no açude morreram e uma vertente que desemboca no Arroio Pinheiro Torto, que faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio Jacuí também estaria sendo prejudicada.
Cansado de reclamar ao Poder Público, o morador Gersi Pasini resolveu denunciar os danos contra o meio ambiente e os prejuízos causados à sua propriedade. O comerciante está construindo uma casa no local e pretende se tornar hortigranjeiro. Mas, o esgoto escorrendo no local impede estes planos. “Não tem condições de plantar nada. Os peixes do meu açude morreram e o cheiro à noite é insuportável. Estou sendo muito prejudicado e a tendência é piorar”, reclamou o morador. Pasini disse que já procurou as secretarias municipais competentes, mas o problema não foi resolvido. “Não sei se eles precisam canalizar ou construir uma fossa séptica, mas preciso que alguém tome uma providência”, pediu o morador.
Tratamento de esgoto coletivo
O secretário de Habitação, Clademir Daron, que acompanhou o processo de construção das 100 moradias populares entregues em setembro do ano passado e disse que o sistema de tratamento de esgoto do Loteamento Parque do Sol é coletivo. As fossas sépticas possuem filtros coletores que depois desembocam na rede pluvial. Daron disse que não foi até o local para verificar a situação, mas nesta segunda-feira, vai propor uma visita conjunta entre as secretarias de Obras e Meio Ambiente para analisar o caso e buscar uma solução para o problema.
Posição da Secretaria do Meio Ambiente
O secretário do Meio Ambiente, Clóvis Alves informou que vai verificar pessoalmente a situação. Disse que se o problema for por falta de saneamento buscará soluções com a Secretaria de Obras para providenciar a rede coletora deste esgoto. Todas as residências precisam instalar fossa séptica. Outra possibilidade pode ser a falta de manutenção das fossas do Parque do Sol. Alves afirmou que é uma questão ambiental e de saúde pública e por isso verificará os procedimentos adotados pelas secretarias para que o problema seja solucionado.