Redação/ON
Mesmo as crianças que não se vacinaram na primeira etapa da campanha deste ano, realizada em junho, devem receber as gotinhas contra a paralisia infantil na segunda etapa, que acontece neste sábado, 14 de agosto. Em Passo Fundo serão dezenas de postos de vacinação, tanto na cidade quanto no interior. Além das unidades de saúde dos bairros, diversos outros postos volantes estarão realizando a vacinação, como supermercados, rodoviária, postos de gasolina e em locais determinados no centro da cidade.
Somente no município são mais de 12 mil doses a serem aplicadas nas crianças de zero a cinco anos. Este número representa a meta de vacinação em Passo Fundo para a faixa etária atingida pela campanha. Serão 80 postos de vacinação para a distribuição das doses. Na primeira etapa deste ano foram vacinadas 95% das crianças de zero a cinco anos.
Para todo o estado, foram disponibilizadas 931.500 doses da vacina contra a poliomielite, que é também chamada de paralisia infantil. A meta é vacinar 95% das 704.569 crianças menores de cinco anos de idade do Rio Grande do Sul. Serão 5.118 postos de vacinação (2.022 fixos e 3.096 volantes), com a mobilização de 13.337 pessoas e 1.492 veículos.
Por que vacinar?
Apesar do Brasil não registrar casos há mais de vinte anos, segundo o Ministério da Saúde, a doença ainda é comum em outras partes do mundo. A imunização previne contra os riscos de importação de casos de outros países que ainda registram casos da doença, principalmente dos que têm relações comerciais ou registram um fluxo migratório com o Brasil, como é o caso de alguns países africanos e asiáticos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 26 países ainda registram casos de poliomielite. Desses quatro são endêmicos, ou seja, possuem transmissão constante: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Outros 22 países têm registro de casos importados: Tajiquistão, Angola, Chade, Sudão, Uganda, Quênia, Benin, Togo, Burkina Faso, Níger, Mali, Libéria, Serra Leoa, Mauritânia, Senegal, República Centro Africana, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Nepal, Guiné, Camarões e Burundi.
A doença
A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada e transmitida por um vírus e a contaminação se dá principalmente por via oral.
(Fonte: Secretaria Estadual de Saúde)
Brasil sem paralisia
A estratégia adotada pelo Brasil, de realizar campanhas nacionais anuais, divididas em duas etapas, com intervalo de dois meses entre as doses, contribuiu para que o país eliminasse o vírus da poliomielite. Desde 1989 não são registrados casos da doença em território nacional. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) a certificação internacional de erradicação da transmissão da poliomielite.