Paralisação limita atendimento nos hospitais

Médicos-residentes reivindicam reajuste do valor pago pela bolsa, que não é corrigido desde 2006. Defasagem chega a 38,7%

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A paralisação dos médicos residentes do Hospital da Cidade e HSVP (Hospital São Vicente de Paulo) limitou os atendimentos nos setores de emergência e urgência. A greve começou ontem pela manhã e acontece em todo o Brasil. No país, segundo dados da Federação Nacional dos Médicos, atualmente atuam 22 mil médicos-residentes ligados ao SUS (Sistema Único de Saúde). A classe reivindica a correção do valor pago pela bolsa, que não é reajustado desde 2006.
Representante dos médicos-residentes do HSVP, Leonardo Winkelmann, explica que uma manifestação já havia sido realizada no dia 13 de abril quando os residentes fizeram uma paralisação de 24 horas. "Como as nossas reivindicações não foram atendidas, acabamos entrando em greve nacional. São 22 mil residentes parados hoje. Alguns hospitais 100% outros parcialmente conforme negociações com a diretoria de cada instituição", afirma. Mesmo com a greve, a categoria se preocupa em não deixar a população desassistida para emergências e urgências.

Passo Fundo
Em Passo Fundo a paralisação atinge praticamente todos os médicos-residentes que atuam no HC e no HSVP. "No HC a adesão é total, no HSVP é parcial, devido a um acordo com a diretoria do hospital que não conseguiu tempo hábil para colocar pessoal para atender a população, mesmo com nosso aviso de greve tendo sido feito no prazo necessário", afirma Winkelmann.

Reivindicações
Os 22 mil residentes que atuam nos serviços ligados ao SUS reivindicam reajuste de 38,7% na bolsa-auxílio, congelada desde 2006 em R$ 1.916,45. Desde abril, eles buscam negociação com os ministérios da Saúde e da Educação. "Desde 2006 não é reajustada a nossa bolsa. Além disso, foi prometido um reajuste por parte do governo federal, que não foi dado. Isso soma hoje 38,7% de defasagem, sendo assim infelizmente tivemos que fazer essa manifestação", afirma. Até agora o reajuste oferecido não passou dos 17% que representam apenas a perda do período.
Winkelmann destaca que o objetivo da categoria não é de manter a paralisação por muito tempo. "Somos médicos em treinamento e precisamos de todo tempo possível para completar esse treinamento da melhor maneira", justifica. A pauta de reivindicações é completada pela definição de uma data-base para reajuste anual da bolsa, uma 13ª bolsa-auxílio, seis meses de licença-maternidade, auxílios alimentação e moradia.

Nota oficial
O HC divulgou nota oficial na tarde de ontem: "A direção/administração do Hospital da Cidade comunica que durante a paralisação nacional dos médicos-residentes, os atendimentos na Unidade de Emergências Médicas estão limitados a casos de urgências e emergências. Diante dessa situação, que tem prazo indeterminado de duração, solicitamos que as pessoas evitem dirigir-se a nossa unidade de emergências médicas em busca de atendimento".

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