Natália Fávero/ON
A greve dos médicos-residentes está limitando o atendimento, principalmente no Hospital da Cidade. A mobilização é nacional e ainda não tem previsão de data de encerramento. Atualmente, atuam 99 médicos-residentes no HSVP (Hospital São Vicente de Paulo) e 30 atendem no Hospital da Cidade. São 30% dos profissionais de cada unidade que estão prestando os serviços de emergência e urgência. Nos demais casos, a população está sendo encaminhada aos Cais, ambulatórios e postos de saúde.
No Hospital da Cidade são realizados diariamente cerca de cem atendimentos. Com a greve, estão sendo feitos menos de 50. O diretor técnico do hospital, Juarez Dal Vesco, explicou que há um médico de plantão 24 horas e só estão sendo atendidos os casos considerados de risco, como traumas e suspeita de infarto, por exemplo. Já no Hospital São Vicente, o vice-diretor médico, Júlio Stobbe, informou que não houve muitas alterações no atendimento, apenas nas consultas ambulatoriais. O serviço está sendo prestado normalmente pelos médicos preceptores, por alguns residentes que não aderiram ao movimento e por 30% dos em grave, quem mantém o serviço conforme o acordado.
O representante dos médicos-residentes do HSVP, Leonardo Winkelmann, disse que 30% dos médicos-residentes estão trabalhando e atendendo casos de emergência, urgência e na unidade de tratamento intensivo. Para evitar que a população ficasse desassistida, Winkelmann explicou que os hospitais foram avisados com antecedência da paralisação, para poderem cobrir a ausência dos residentes. "Não é nosso interesse manter a greve por muito tempo, mas precisamos reivindicar", explicou o representante da classe do HSVP.
Os residentes estão em negociação com as direções dos hospitais. Winkelmann contou que eles são pagos de duas formas: pelo Ministério da Educação e da Saúde, quando os hospitais são públicos, ou pelos próprios hospitais, no caso de serem privados.
Caso haja uma negociação com a direção dos hospitais em Passo Fundo, a greve por aqui pode terminar a qualquer momento, independente da continuação da mobilização nacional. As assembleias da categoria estão acontecendo, às 10h, na praça Tamandaré.
Reivindicações
A greve começou na segunda-feira pela manhã e é nacional. No país, segundo dados da Federação Nacional dos Médicos, atualmente, atuam 22 mil médicos-residentes ligados ao SUS (Sistema Único de Saúde). Os que atuam nos serviços ligados ao SUS reivindicam reajuste de 38,7% na bolsa-auxílio, congelada desde 2006 em R$ 1.916,45. Desde abril, eles negociam com os ministérios da Saúde e da Educação. A classe rejeitou por unanimidade a proposta do Ministério da Saúde de aumento de 20% na bolsa-auxílio. A pauta de reivindicações é completada pela definição de uma data-base para reajuste anual da bolsa, uma 13ª bolsa-auxílio, seis meses de licença-maternidade, auxílios alimentação e moradia.