Redação ON
Um balanço parcial realizado pelo Ministério da Saúde aponta que foram vacinadas cerca de 12 milhões de crianças contra a poliomielite, doença que também é conhecida como paralisia infantil. O Rio Grande do Sul foi um dos estados a prorrogar a campanha, que se iniciou no sábado, dia 14, e se encerrou nessa sexta-feira (20). Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a vacinação foi prorrogada no RS em virtude do frio intenso do sábado, que pode ter dificultado o comparecimento aos postos de vacinação.
Dados parciais do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações apontaram que 85,23% da população de zero a cinco anos de idade receberam a vacina no Rio Grande do Sul antes da prorrogação da campanha, quando a meta é alcançar 95% de cobertura. Em Passo Fundo, no sábado, quando as unidades de saúde estiveram abertas para aplicar as doses da vacina, 10.928 crianças foram imunizadas. Esse número representa 89% da expectativa de vacinação. Para atingir a meta sugerida pelo Ministério da Saúde, outras cerca de 1,3 mil doses ainda precisavam ser aplicadas.
Em nível nacional, o resultado preliminar da segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite, apresentado na quinta-feira (19), mostrava que 11.754.175 crianças foram vacinadas em todo o Brasil.
20 anos sem novos casos
A estratégia adotada pelo Brasil, de realizar campanhas nacionais anuais, divididas em duas etapas, com intervalo de dois meses entre as doses, contribuiu para que o país eliminasse o vírus da poliomielite. Desde 1989, não são registrados casos da doença em território nacional. Em 1994, o Brasil recebeu da OMS (Organização Mundial de Saúde) a certificação internacional de erradicação da transmissão da poliomielite.
Apesar de o Brasil não registrar casos há mais de 20 anos, a doença ainda é comum em outras partes do mundo. A imunização previne contra os riscos de importação de casos provenientes de outros países que ainda registram casos da doença, principalmente dos que têm relações comerciais ou registram um fluxo migratório com o Brasil, como é o caso de alguns países africanos e asiáticos. De acordo com a OMS, 26 países ainda registram casos de poliomielite.
A vacina
Oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, a vacina contra a paralisia infantil é administrada via oral, em gotas, e está disponível durante todo o ano nos postos de saúde para a imunização de rotina. Pelo calendário básico de vacinação, os bebês devem receber a vacina aos dois, quatro e seis meses. Aos 15 meses, as crianças recebem o primeiro reforço. Porém, é importante que todas as crianças menores de cinco anos (de zero a quatro anos 11 meses e 29 dias) tomem as duas doses da vacina durante a campanha nacional, mesmo que já tenham sido vacinadas anteriormente.
A vacina não apresenta contraindicações. Porém, recomenda-se que as crianças que estejam com febre acima de 38ºC ou com alguma infecção sejam avaliadas por um médico antes de receber as gotinhas. A vacina também não é recomendada para crianças que tenham problemas de imunodepressão (como pacientes de câncer e Aids ou de outras doenças que afetem o sistema imunológico).