Censo chega a 20% das residências

E duas semanas, 12 mil domicílios foram visitados e 36 mil pessoas pesquisadas. O maior desafio dos agentes é encontrar os moradores em casa

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Daniela Wiethölter/ON

Após duas semanas do início do Censo 2010, o IBGE realizou o recenseamento de 20% dos domicílios passo-fundenses, em torno de 12 mil lares. Segundo dados preliminares divulgados pelo coordenador regional, Jorge Bilhar, os números apurados representam cerca de 36 mil pessoas, 16% da população. A estimativa é recensear entre 66 e 70 mil domicílios. O trabalho do IBGE de apuração dos dados para o Censo 2010 começou no início de agosto e deve ir até o dia 31 de outubro.
De acordo com Bilhar, o ritmo da coleta de dados é positivo. "Foi uma velocidade de coleta de dados bastante rápida", explicou. O coordenador comentou que, de maneira geral, os trabalhos acontecem normalmente, com problemas apenas para encontrar os moradores em condomínios sem zelador ou portaria. "A maior dificuldade dos recenseadores é encontrar as pessoas em casa para aplicar o questionário", resumiu.

A recenseadora Stefanie Franzoni, responsável pela pesquisa em mais de 260 domicílios da região da Santa Teresinha, já está com as pesquisas bem adiantadas. Com o auxílio de um computador de mão, com receptores GPS e mapas digitalizados, em menos de 20 dias ela conseguiu aplicar quase 170 questionários. "Fui muito bem recebida pelas pessoas. Na grande maioria, os moradores querem ajudar e dizem que já aguardavam a visita do IBGE", relatou.
O aposentado Plínio Grazziotin foi um dos moradores que respondeu ao questionário básico do censo. Recebeu a agente dentro de casa e em menos de 10 minutos, ele informou os dados da pesquisa, como o número de moradores, sua formação, data de nascimento, renda e características da moradia. "Foi muito fácil participar do censo", comentou no final da entrevista.

Dificuldades
No entanto, existem algumas dificuldades que acabam atrapalhando o trabalho. Stefanie revela que registrou uma situação inusitada logo no início dos trabalhos. "Sem campainha na casa, resolvi entrar no pátio, quando um cachorro me atacou. A sorte foi que o cachorro era pequeno e o ferimento não foi grave", disse.

A falta de acesso às residências também dificulta a localização dos moradores. Em um dos condomínios visitados na tarde de ontem, dos sete apartamentos, Stefanie conseguiu entrevistar apenas um morador. Dois pediram para passar em outro horário e quatro não atenderam o interfone ou não estavam em casa. "Aqui, eu acredito que boa parte dos moradores trabalha ou estuda e passa muito tempo fora de casa, pois já visitei esse prédio várias vezes e em horários bem diferentes", disse. A alternativa então foi ficar de prontidão em frente ao local até que um morador saiu do prédio e respondeu o questionário.
No mesmo quarteirão, a recenseadora mostrou à reportagem uma casa sem campainha e totalmente gradeada. Ela já perdeu as contas de quantas vezes tentou encontrar algum morador no local. Ontem, após mais uma tentativa, a recenseadora não conseguiu mais uma vez aplicar a pesquisa. "Vou voltar aqui tantas vezes quantas sejam necessárias", afirmou.
Outro desafio é a resistência por parte dos entrevistados, que muitas vezes desconfiam dos recenseadores e não gostam de responder a algumas perguntas, especialmente as que envolvem renda, formação e raça. "Tem algumas pessoas que ficam chateadas quando pergunto a cor da pele, por exemplo. Mas essa é uma pergunta necessária, que eu não posso responder e que cabe ao morador", relatou.

Horários alternativos e internet

Segundo Stefanie, como muitas pessoas trabalham durante o dia, o IBGE permite que os agentes possam fazer as entrevistas à noite ou em um horário mais conveniente para os moradores. Outra alternativa nesta edição do censo é responder ao questionário pela internet, que somente pode ser acessado por meio de uma senha distribuída pelo recenseador. Quem se negar a responder ao censo pode ter de pagar multa de um a dez salários mínimos.

Censo 2010
O censo demográfico vai visitar neste ano aproximadamente 58 milhões de domicílios brasileiros. Com as informações coletadas pelos recenseadores, os governantes federais, estaduais e municipais poderão planejar as políticas públicas para os próximos dez anos e ainda auxiliar a iniciativa privada a tomar decisões sobre investimentos.

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