Redação ON
A novidade eram as reproduções de carros históricos que protagonizaram épicas conquistas do automobilismo gaúcho, mas quem roubou a cena foi Meirelles Duarte, o lendário repórter passo-fundense que, próximo de completar 60 anos de profissão – ainda em plena atividade -, prossegue com suas histórias inacreditáveis e, em breve, um grande acervo para confirmar todas elas. Em seu discurso durante a assinatura do termo de doação de todo seu material de militância na imprensa para a criação do Museu Meirelles Duarte – em setembro de 2011 -, ele relembrou momentos importantes e divertiu os presentes com um “trailer” do que será o empreendimento. “Sempre quis deixar marcada minha vida profissional, algo que confirmasse e testemunhasse o que fiz ao longo dessas cinco décadas. Nesse tempo, fui armazenando troféus, flâmulas, camisas, faixas, taças, revistas, biografias, discos, entrevistas e reportagens sobre a vida esportiva e política não apenas do município, mas de todo o mundo”, explicou Meirelles, munido de alguns jornais e flâmulas antigas que atiçaram a curiosidade do público, reunido no último sábado para um almoço no Museu do Automobilismo Brasileiro.
Era uma vez... um Fusca e uma Brasília
E, também no mesmo dia, mais dois carros chegaram para fazer companhia aos mais de cem veículos presentes no acervo: o Fusca vencedor do Rallye Volta da América de 1987 e a Brasília utilizada no World Cup Rallye em 1974. Enriquecida pela presença de alguns dos participantes da época, a cerimônia de apresentação dos veículos foi comandada pelo idealizador Paulo Trevisan. “O significado deste dia é muito grande. Estamos envolvidos há tantos anos e só agora se abriu essa possibilidade de criarmos um ambiente do rallye. A gente viu aflorar muita emoção e esse é o tipo de clima que eu adoraria ver no museu. Essa relação homem X máquina e esses desafios fantásticos são memoráveis”, observou.
Neri Reolon, piloto do carro que rodou 30 mil quilômetros em toda a América Latina por 39 dias, não conteu as lágrimas. “É uma situação emocionante para mim. A vitória na prova, depois o lançamento do livro e exposição na Ulbra, agora esse termo de cedência ao museu. Sou natural de Passo Fundo e isso que estamos vendo aqui é um motivo de grande orgulho”, declarou. Já Cláudio Müeller, que passou 20 dias dentro da Brasília e cruzou 19 países da Europa, Ásia e África, falou da importância do acontecimento. “Esse dia vai ficar na minha história, sem dúvida. Não imaginava encontrar tanta afetividade e gente que veio de tão longe. É importante deixar gravado o que cada competição representa para o piloto. Essa prova me fez um outro homem”, finalizou. Referência no país, o museu vai ganhando cada vez mais força com a chegada de novos veículos e ainda mais expectativa para as suas novas dependências, que devem ser inauguradas no início de 2012.