Fiscalização começa quarta e lojas têm lista de espera

Guarda de trânsito fará vistorias em portas de escolas para orientar e fiscalizar uso obrigatório da cadeirinha no carro para crianças até sete anos e meio. Acessório está em falta nas lojas

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Daniela Wiethölter/ON

A partir de quarta-feira (1º), os pais que não usarem a cadeirinha correta para transportar as crianças dentro do carro serão multados. A Guarda Municipal vai intensificar a fiscalização nas proximidades de escolas e quem for flagrado transportando crianças até sete anos e meio sem assento elevatório, cadeirinha ou bebê-conforto, conforme a faixa-etária, será multado em R$ 191,54, perderá sete pontos na carteira e ainda terá o automóvel apreendido até a regularização.

Segundo o coordenador da Guarda Municipal de Trânsito, Cesar Variza, não haverá tolerância aos infratores. "A obrigatoriedade do uso equipamento será cobrada a partir do momento que começa a valer as novas regras e o motorista que for flagrado conduzindo irregularmente uma criança de até sete anos e meio sem a cadeirinha será autuado, mesmo sem a abordagem direta", explicou.

O pai de Júlia, de cinco anos, Edar Cardoso, já adquiriu o acento de elevação. "Acho muito importante para a segurança da Julia", disse. No entanto, a filha não gosta. "Ela acha que já está grande para usar a cadeirinha", finalizou.

Novas regras
A Resolução 277 do Conselho Nacional de Trânsito estabelece que crianças até um ano de idade ou até 9 kg devem ser transportadas com a utilização do bebê-conforto. Crianças de um ano a três anos e 11 meses ou de 9 kg até 18 kg devem utilizar as cadeirinhas. Para crianças de quatro a sete anos e meio ou de 18 kg até 36 kg, a indicação é o uso de assentos de elevação. Acima de 36 kg e com altura mínima de 1,45 m, a criança ainda deve sentar no banco traseiro, mas sempre com a utilização do cinto de segurança de três pontos. A resolução ainda exige que os motoristas devem se verificar se a cadeirinha é certificada pelo Inmetro. No site www.inmetro.gov.br existe uma lista com as marcas aprovadas nos testes de segurança

Procura aumentou 80%
A procura pelas cadeirinhas em lojas especializadas e no comércio em geral aumentou há cerca de dois meses, primeiro prazo estabelecido pelo governo para a implementação das novas regras. No entanto, com a falta do produto no mercado, o período foi prorrogado para 1º de setembro.

No comércio de Passo Fundo, as vendas aumentaram até 80% e as lojas não estão conseguindo atender as listas de espera pela falta do produto no mercado. A loja A Pílula Falhou, por exemplo, chegou a vender mais de 30 equipamentos em dois dias. Segundo a vendedora da loja, Tais Quevedo, a loja tem mais de 50 clientes na lista de espera aguardando pelas cadeirinhas.

Na Deltasul, a procura também é grande desde a divulgação das novas regras. Conforme o gerente Luis Schlemer, foram mais de 300 itens nos últimos dois meses e o produto está em falta desde a semana passada. "Não temos nenhuma cadeirinha na loja", relatou.

Embora sejam obrigatórios, esses acessórios não são baratos aos pais motoristas e cada criança deve ter uma cadeirinha individual. O assento elevatório mais comum não custa menos que R$ 90. Já as cadeirinhas, podem custar até R$ 600. Os bebês-conforto variam entre R$ 180 e R$ 550. Alguns modelos mais sofisticados chegam a R$ 1,2 mil.

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