Glenda Mendes/ON
Pelo menos até o final da semana, o clima não deve mudar muito, com possibilidade de chuva fraca todos os dias, mas ainda com céu encoberto e fumaça. E o mês de agosto chega ao fim com fama de atípico, com chuva abaixo da média, frio intenso nos primeiros dias, seguido de picos que chegaram até os 29ºC no último sábado (28).
Prova disso foi a chuva registrada entre sábado e a tarde de segunda-feira (30), que ficou em apenas 2 milímetros. Com isso, o mês de agosto deve fechar com quantidade total de chuva próxima aos 50 milímetros, o que representa 29% da média para o mês, que é de 165,7 milímetros. As informações são do observador meteorológico Ivegndonei Sampaio, da Embrapa Trigo. "Essa massa de ar, seca e quente, associada à fumaça que existe, vai manter o céu encoberto até sexta-feira, com possibilidade de chuva fraca praticamente todos os dias. Na sexta-feira (3) é que podemos ter uma quantidade um pouco maior de chuva, mas não passando dos 10 milímetros", salienta Sampaio.
Os fenômenos e a pouca chuva deram ao mês de agosto o título de "atípico". Isso, "porque nos primeiros 10 dias tivemos um frio intenso que não tínhamos há 10 anos", explica Sampaio. Com relação às chuvas, não foi em 2010 que a quantidade foi a menor medida na história. Ainda nesta década, em agosto de 2001, "tivemos essa fumaça que vinha do centro do país em direção ao sul e choveu só 28 milímetros, pouco mais de 50% do que choveu este ano", argumenta o observador.
Pouca umidade relativa do ar
A baixa umidade relativa do ar, vivida e sentida nos últimos dias, não é tão comum para os estados do Sul do país, mas é normal nos estados do centro. "No centro do país, todos os anos, nos meses de julho e agosto ocorre essa baixa umidade relativa do ar. Em alguns anos é fraca, em outros, é média e este ano está sendo de forte intensidade. Com isso também estão ocorrendo as queimadas. Não daria para dizer que é só no centro do país, porque no Paraná e Santa Catarina também existem queimadas", ressalta Sampaio.
Mas o que está influenciando mesmo a nossa região são as queimadas do centro do país e "das regiões de São Paulo, produtoras de cana de açúcar, em que ainda usam o método de queimar antes de colher, além do costume de colocar fogo na palha. Assim, formam-se grandes incêndios e uma grande quantidade de fumaça colocando em risco, muitas vezes, a saúde da população desses estados", destaca.
Segundo Sampaio, para que a umidade relativa do ar volte ao normal na região Norte do estado, seria necessária uma quantidade boa de chuva, que mandaria a fumaça embora e limparia a atmosfera, coisa que ainda não ocorreu. "E pelo menos até sexta-feira vai continuar ainda esse fenômeno predominando principalmente na região Norte do Estado", prevê o observador.
O mês de agosto
Os primeiros dias do mês de agosto foram de frio intenso. No dia 3 foi registrada a temperatura mais baixa do mês, 1ºC, e mais alta foi sábado (28), de 29ºC. No ano, a quantidade de chuvas é de 1.022 milímetros, o que corresponde a 57% dos 1.780 milímetros que são a média histórica para a região. "Acredito, então, que essa pequena falta, esses dias sem chuva ainda não devem ter causado problema, o único pode ser com a pastagem, porque o solo está meio seco", comenta Sampaio.
Primavera
A estação das flores, que começa oficialmente à 0h09 do dia 23 de setembro tem previsão nada animadora no que se refere à média de chuvas. Os prognósticos indicam uma grande preocupação. "Podemos ter chuva abaixo da média e os meteorologistas indicam que o frio ainda pode chegar até o dia 15 de setembro", alerta.