Natália Fávero/ON
Cerca de 50 funcionários e mais de 15 anos de existência de uma empresa de alimentos no Bairro Lucas Araújo estão ameaçados. O problema já é um velho conhecido da comunidade: a falta de asfalto. A rua Pio XI, esquina com a São Vicente de Paulo, necessita apenas de cem metros de pavimentação. A indústria que fica às margens da rua produz congelados, como pizzas e sorvetes. No entanto, a poeira prejudica as condições de funcionamento da mesma. Atrelado ao pó provocado pela falta de asfalto, a indústria também sofre com uma empresa de terraplanagem que deposita terra ao lado da fábrica. Motivos que levam o dono da indústria, Agenor Antonio Micael, a pensar em mudar para outra cidade que ofereça condições de permanência.
Mesmo com as portas fechadas, o pó toma conta do interior da indústria, dificultando o trabalho de produção dos alimentos. "Não podemos deixar nenhuma abertura, ou seja, porta ou janela aberta. Para manter os padrões conforme exige a vigilância sanitária gastamos um custo adicional grande. Pedimos que o poder público faça a pavimentação", disse Micael.
O problema causa um descontentamento do empresário que escolheu Passo Fundo para montar a indústria. "Já levantei a hipótese de sair daqui devido à dificuldade de trabalhar. Ouras cidades estão oferecendo alternativas melhores. Sentimos muito, mas o poder público precisa proporcionar incentivo", lamentou o empresário.
O local serve de passagem para pedestres e veículos. O secretário da Associação de Moradores do Bairro, Renato Carlassara, informou que desde o início do ano passado estão pedindo a pavimentação da rua. Foram cerca de quatro audiências para falar com o prefeito Airton Dipp até que ele autorizou a Secretaria de Obras a asfaltar o local, o que deveria ter acontecido no final de junho desse ano.
A demarcação da rua deveria ter sido realizada no dia de ontem, mas ninguém apareceu. "É um desleixo da prefeitura. Ela poderia olhar um pouco mais para a comunidade. Com a pavimentação vai melhorar a vida de todos. Estamos cansados de promessas", desabafou Carlassara.
O depósito de terra ao lado da indústria também se torna um problema. Segundo o integrante da associação de moradores, a poeira se agrava com a terra depositada no local. "Não queremos prejudicar ninguém, mas aquele lugar não é apropriado para depositar terra. Ela constantemente acaba deslizando para a via pública e, além disso, agrava o problema do pó", reclamou o secretário da associação.
ON entrou em contato com a Secretaria de Obras diversas vezes na tarde de ontem e também através do celular do secretário Gilberto Simor, que não retornou as ligações até o fechamento da edição impressa do jornal.