Redação/ON
A mesma primavera que muda as cores da paisagem traz com ela o aumento dos casos de alergias, conhecidas também como rinite. Este ano, uma vez que a estiagem do mês de agosto e os dias secos e quentes fizeram lembrar a primavera mesmo antes dela chegar, os sintomas das alergias já estão aparecendo. Doença do aparelho respiratório, a rinite se soma aos atendimentos de casos de pneumonias e bronquites e, muitas vezes, a falta de ar provocada pela doença pode levar à procura pelos atendimentos de emergência. De 1º de agosto a 1º de setembro somente no Hospital São Vicente de Paulo foram registradas 18 internações e 793 atendimentos ambulatoriais por problemas respiratórios.
A rinite tem sintomas parecidos e que pode ser confundida com a gripe. Os principais sintomas são espirros, coriza, congestão nasal e irritação na garganta. A rinite alérgica não é uma doença transmissível e sim crônica, provocada pelo contato com agentes alérgenos (substâncias que causam alergia), como poeira, pêlos de animais, poluição, mofo e alguns alimentos.
Ao surgirem sintomas, o Ministério da Saúde recomenda que as pessoas procurem o serviço de saúde mais próximo e não tomem medicamentos por conta própria, como os antigripais. A automedicação pode mascarar sintomas, contribuir para o agravamento da doença e dificultar o diagnóstico, que deve ser feito por um médico.
Nesta época do ano contribuem para o aparecimento da rinite o predomínio de cobertura por gramíneas, dentre elas, há grande colaboração, por exemplo, da aveia, que é comum nas lavouras da região. Estão incluídos na lista de fatores ambientais os ventos que distribuem os grãos de pólen na atmosfera e os transportam por longas distâncias, principalmente das espécies anemófilas.
Dicas
Para ficar longe das complicações, o médico Julio Stobbe, que é chefe da emergência e vice-diretor médico do Hospital São Vicente destaca algumas dicas de proteção a indivíduos com a doença reconhecida, que são difíceis de serem adotadas pela correria do dia a dia, mas que precisam ser observadas:
* não secar roupas ao ar livre;
* evitar o domicílio aberto nos horários de vento;
* evitar o domicílio aberto durante os períodos de temperatura mais amena (noite, manhãzinha e à tardinha) em função de uma precipitação maior dos grãos de pólen nesses horários;
* evitar passeios em plantações de gramíneas, bosques, entre outros
* realizar tratamento médico de forma adequada e evitar outras medicações.
Por que a primavera?
A maior circulação de pólen durante a primavera é o principal fator para o favorecimento das rinites alérgicas, mas existem outros:
* diminuição da cobertura vegetal nativa do solo (índices indicam a passagem de 40% para 2,6% em algumas regiões);
* predomínio de cobertura por gramíneas (dentre elas, com grande colaboração da aveia);
* ventos que distribuem os grãos de pólen na atmosfera e os transportam por longas distâncias, (principalmente, das espécies anemófilas);
* umidade relativa do ar: quanto mais seco, maior a possibilidade de transmissão do pólen a grandes distâncias;
* presença de espécies não nativas (exóticas), como por exemplo, o eucalipto;
* floração em diferentes épocas, dependendo da espécie vegetal.