Aproveitando a experiência do Projeto Charão, desenvolvido pela UPF em parceria com a ONG Amigos do Meio Ambiente, com apoio do biólogo Elinton Rezende, técnico do Museu Zoobotânico Augusto Ruschi, os alunos do curso de especialização em Biologia da Conservação da Natureza, realizaram a instalação de caixas-ninho no alto de árvores. O Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UPF, por meio do curso de pós-graduação, pesquisa e aplica estratégias para a conservação da fauna silvestre, enfrentando seus fatores de ameaça. Em longo prazo os ambientes florestais podem ser recuperados pelos processos de restauração florestal, enriquecimento florestal e manejo florestal adequado, voltando a oferecer abrigo para a vida silvestre. Mas, se há necessidade e urgência de melhorar o hábitat natural em curto prazo de tempo, uma das estratégias é a instalação de caixas-ninho ou abrigos artificiais.
A capacitação para trabalhar com essa estratégia de conservação da natureza aconteceu com apoio do Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio), através da Floresta Nacional de Passo Fundo, em Mato Castelhano, no final do mês de agosto. Durante a aula prática, realizada pela disciplina de Manejo e Conservação da Vida Silvestre, ministrada pelo professor Jaime Martinez, os alunos puderam conhecer os equipamentos de arborismo utilizados na escalada das árvores, permitindo a instalação de caixa-ninho a 16 metros de altura, no tronco de grandes árvores da unidade de conservação.
Um dos fatores de ameaça à fauna silvestre é o processo de degradação do ambiente natural, que nos ambientes florestais pode ser exemplificado pela retirada seletiva de árvores velhas ou mortas. Como esses antigos exemplares arbóreos são os que apresentam maior quantidade de cavidades ou ocos, muitas espécies da fauna silvestre que necessitam desses abrigos naturais para repouso ou reprodução, ficam prejudicadas. Entre as espécies que reproduzem ou se abrigam em cavidades naturais destacam-se aves como os papagaios, os pica-paus, tucanos, arapaçus, e mamíferos como o serelepe, rato arborícola, ouriço-cacheiro e morcegos.